Os Estados Unidos sancionaram, nesta quinta-feira (25), a organização de tráfico de pessoas guatemalteca López, controlada por uma família, à qual acusam de ter introduzido ilegalmente “milhares de migrantes” no país, informou o Departamento do Tesouro.

As sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), coordenadas com o México, têm como objetivo “desmantelar as operações dessas redes, que ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos”, afirma o órgão em um comunicado.

A organização é dirigida pelos guatemaltecos Ronaldo Galindo López Escobar, seu filho, Whiskey Hans López Ambrosi,o e a esposa deste, Karen Stefany Hernández Vanegas.

“Desde aproximadamente 2017, a organização tem traficou milhares de pessoas da Guatemala, através do México, para os Estados Unidos”, acusa Washington.

Esta organização criminosa comprava documentos mexicanos falsos e pagava comissões aos cartéis para facilitar o transporte de migrantes através do México, informou o Departamento do Tesouro.

À medida que o negócio crescia, a organização comprou ônibus para transportar mais migrantes e se encarregava de encontrar “esconderijos” na fronteira entre os Estados Unidos e o México para alojá-los, acrescentou o departamento.

A época em que “os cartéis se especializavam apenas em drogas e as pessoas que movimentavam coiotes eram grupos pequenos” ficaram para trás, afirmou Blas Núñez-Neto, vice-secretário do Departamento de Segurança Interna (DHS) em uma coletiva de imprensa.

“Agora temos crime organizado transnacional que se especializa em movimentar qualquer coisa que lhes traga lucro e, lamentavelmente, isso expôs os migrantes a riscos incrivelmente altos”, disse.

“Hoje em dia é impossível chegar à fronteira americana de forma ilegal sem passar pelas mãos dos cartéis”, garantiu.

Como resultado das sanções do Ofac, todos os bens e participações em bens dos sancionados que se encontrem nos Estados Unidos ou que estejam em poder ou sob controle de americanos ficam bloqueados.

Por outro lado, o promotor federal do distrito do Novo México acusou oito membros da organização de “conspiração para transportar e abrigar estrangeiros ilegais”. Entre eles está o líder López Escobar, alvo também de uma ordem de confisco.

No último ano, o governo do presidente americano, Joe Biden, tem intensificado as ações contra as organizações criminosas transnacionais, como o Tren de Aragua, de origem venezuelana, ou a mexicana Malas Mañas.

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