Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (5) sanções contra o chefe da Cruz Vermelha de Belarus, Dzmitry Shautsou, por cumplicidade nas deportações de crianças ucranianas para a Rússia após sua invasão do país vizinho, informou o Departamento do Tesouro.

Shautsou foi sancionado por auxiliar a Comissária dos Direitos da Criança da presidência russa, Maria Lvova-Belova, acusada de promover milhares de deportações.

O Tesouro dos EUA impôs sanções a um total de 11 entidades e oito pessoas nesta terça-feira, numa tentativa de aumentar a pressão sobre o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Segundo o Departamento, essas medidas reafirmam os esforços para responsabilizar Lukashenko, “sua família e seu regime por suas ações antidemocráticas e abusos contra os direitos humanos, tanto em Belarus quanto em todo o mundo”, afirmou o subsecretário do Tesouro para terrorismo e inteligência financeira, Brian Nelson, citado em comunicado.

Desde que iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia foi acusada de deportar à força milhares de crianças ucranianas (com o apoio de Belarus) de escolas, hospitais e orfanatos em partes do país controladas por suas forças.

Moscou não negou a transferência de milhares de crianças ucranianas para a Rússia, justificando que o fez para a proteção dos menores.

Lvova-Belova é alvo de uma recente ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia por “crime de guerra” de deportação ilegal e transferência de crianças ucranianas para a Rússia.

Em julho, Shautsou recebeu ferrenhas críticas internacionais quando disse que a Cruz Vermelha de Belarus havia participado da transferência de crianças ucranianas das áreas do país ocupadas pela Rússia para Belarus.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho pediu à Cruz Vermelha bielorrussa que demitisse Shautsou e suspendeu essa filial como membro da confederação quando isso não foi feito.

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