09/02/2022 - 19:21
Os Estados Unidos estão “preocupados” com a “influência antidemocrática” da Rússia na fronteira entre Colômbia e Venezuela, onde a violência envolvendo grupos armados colombianos é frequente, afirmou a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, em visita a Bogotá.
“Por que a Rússia está mais ativa nas fronteiras da Colômbia? Só podemos pensar que estão tentando ampliar sua influência antidemocrática”, disse Nuland em entrevista à emissora Blu Radio.
A funcionária também advertiu sobre o risco “potencial” de Moscou “estar abastecendo atores malignos […] que não apenas estão ativos na Venezuela, mas que podem estar tentando minar a soberania” da Colômbia.
Nesse sentido, Nuland reforçou sua inquietação frente à situação na zona limítrofe. “Estamos particularmente preocupados com a crescente influência russa ao longo da linha fronteiriça”.
Na terça-feira, Nuland e o presidente colombiano, Iván Duque, se comprometeram a enfrentar juntos os “atores externos” que tenham a intenção de intervir nas eleições presidenciais na Colômbia, que acontecem no meio do ano.
Bogotá acusa o governo de Nicolás Maduro de abrigar grupos armados colombianos que se aproveitam das receitas do narcotráfico e realizam atentados contra as forças do Estado na fronteira porosa de 2.200 quilômetros. Caracas, por outro lado, nega essas acusações.
As declarações de Nuland coincidem com os desencontros recentes entre Moscou e Bogotá, um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos na América Latina.
O mais recente aconteceu na semana passada, quando o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, acusou a Rússia de “ingerência externa” por sua cooperação com as tropas da Venezuela na fronteira.
A embaixada russa rejeitou essas afirmações, que tachou de “irresponsáveis”. Depois disso, Molano garantiu que sua fala tinha sido tirada de contexto.
Na segunda-feira, a chanceler colombiana, Marta Lucía Ramírez, e o representante do Kremlin em Bogotá, Nikolay Tavdumadze, apararam as arestas e a Rússia se comprometeu a evitar o desvio das funções de sua cooperação militar com Caracas.
Em maio de 2021, em meio a um inédito movimento de protesto contra o governo, a Colômbia culpou a Rússia de estar vinculada a ciberataques contra páginas oficiais do país sul-americano. A embaixada russa, por outro lado, negou as acusações.