Os Estados Unidos anunciaram hoje (23) a decisão de retirar o convite para a China participar de manobras militares internacionais no Oceano Pacífico (Rimpac, sigla em inglês), devido à crescente presença do país asiático no Mar da China Meridional, o que, para autoridades norte-americanas, “só” serve para aumentar a tensão na região.

“A constante militarização em territórios do Mar da China Meridional só serve para aumentar as tensões e para desestabilizar a região. O comportamento da China é incongruente com os princípios e objetivos das manobras Rimpac”, afirmou, em comunicado, o porta-voz do Departamento de Defesa americano, tenente-coronel Christopher Logan.

A decisão ocorre em um momento de tensão no Mar da China Meridional, território onde Brunei, China, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã reivindicam total ou parcialmente as Ilhas Spratly, um arquipélago de 100 recifes e ilhotas, a maioria despovoada, mas rica em gás, petróleo e pontos de pesca.

A China reivindica a soberania da maior parte deste mar e, nos últimos meses, optou por reforçar a sua presença na região.

Logan denunciou que existem “sólidos indícios” de que a China mobilizou mísseis e bloqueadores de frequência eletrônica perto das Ilhas Spratly e sustentou que a aterrissagem de um bombardeiro chinês na Ilha Woody “também aumentou as tensões”.

Embora a China tenha assegurado que a sua presença se deve à intenção de “garantir a segurança” no Mar da China Meridional, facilitando os trabalhos de assistência e protegendo os pesqueiros que navegam pelas região, o porta-voz Christopher Logan garantiu que as suas ações “só” têm alvos militares.

“Acreditamos que esse recente desdobramento e a constante militarização são uma violação da promessa que o presidente da China, Xi Jinping, fez aos Estados Unidos e ao mundo de não militarizar as Ilhas Spratly”, disse Logan.