Longe de encerrar as duas guerras herdadas da administração de George W. Bush, o presidente norte-americano Barack Obama está lutando com um cenário expandido de zonas de conflito nos seus últimos meses na Casa Branca. Do Iraque e Afeganistão para a Líbia e a Síria, um final para os confrontos não é ainda contemplado. No Afeganistão, onde a insurgência do Taleban frustrou a estratégia de saída dos EUA, Obama tem dado destaque ao apoio a forças afegãs tanto pelo ar como em terra.

A Casa Branca diz que as forças dos Estados Unidos não estão tomando uma nova missão no Afeganistão, mas sim que irão “mais proativamente apoiar” as forças do governo. Isso se soma a um reconhecimento de que os afegãos precisam de mais ajuda do que o Pentágono havia antecipado ano passado e é um sinal para aliados para que não abandonem a coalizão liderada pelos norte-americanos. O secretário de Defesa Ash Carter vai discutir o tema no próximo mês na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas.

A previsão era que o atual número de 9,8 mil membros de tropas no Afeganistão caísse para 5,5 mil ao final do ano, mas o ritmo de declínio ainda está por ser definido. Um fator na decisão sobre o nível das tropas é a extensão em que os aliados da OTAN estarão dispostos a continuarem envolvidos com treinamento e aconselhamento dos afegãos.

Há cinco anos, ao anunciar o começo de seu esforço para “desacelerar” a guerra no Afeganistão, Obama declarou que “a maré da guerra” estava retrocedendo. Ele havia encerrado o papel de combate dos EUA no Iraque, mas desde então gradualmente expandiu um renovado envolvimento norte-americano na região contra o grupo extremista Estado Islâmico. Obama também colocou aviões de guerra nos céus da Líbia em 2011 em nome de impedir mortes de civis e agora um pequeno time de forças de operações especiais dos EUA está envolvido em atividades na região.

Com as forças especiais já concentradas nos domínios restantes da Al Qaeda no Afeganistão, o governo local diz que pode lidar com o Taleban se os EUA expandirem apoio aéreo. Essa é a justificativa principal da decisão de Obama, revelada na quinta-feira, de autorizar comandantes a aumentarem o apoio aéreo e permitirem que soldados norte-americanos acompanhem e aconselhem forças convencionais afegãs em terra. Fonte: Associated Press.