EUA qualifica de ‘nefastas e perigosas’ as políticas contra energia fósseis

O representante dos Estados Unidos na cúpula sobre segurança energética organizada em Londres pela Agência Internacional de Energia (AIE) qualificou, nesta quinta-feira (24), de “nefastas e perigosas” as políticas de redução de energias fósseis a favor das renováveis.

“Alguns querem regular todas as formas de energia, exceto as chamadas renováveis, até seu desaparecimento total, em nome da neutralidade de carbono. Nos opomos a essas políticas nefastas e perigosas”, declarou o enviado de Donald Trump, marcando uma clara ruptura com a administração de Joe Biden.

“Não se trata de segurança energética, e sabemos exatamente aonde isso leva”, declarou Tommy Joyce, secretário adjunto interino de energia para assuntos internacionais dos Estados Unidos.

Desde a manhã desta quinta-feira, representantes de 60 países e de ao redor de 50 empresas debatem sobre o futuro da segurança energética, em um momento no qual o mundo está sacudido pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, assim como pelas tarifas e pela política de ceticismo climático da administração Trump.

As palavras de Joyce constituem uma crítica da administração Trump em relação à política da AIE, organismo que se tornou uma bússola da transição energética.

Em 2021, a agência, fundada em 1974, surpreendeu o mundo e enfureceu os produtores de petróleo ao afirmar que não deveria haver novos projetos de energias fósseis para alcançar a neutralidade do carbono em 2050.

Apesar disso, nesta quinta, o diretor-executivo da AIE, o turco Fatih Birol, reconheceu o petróleo e o gás como “elementos importantes de nossa mistura energética, e seguirão sendo nos próximos anos”.

Como era de se esperar, a cúpula foi aberta com profundas fissuras sobre o papel das energias renováveis na segurança energética.

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