Dados de localização de celulares dos norte-americanos apontam que protestos contra o lockdown (o bloqueio total de uma região) nos Estados Unidos podem ter sido foco de contaminação do novo coronavírus e espalhado a doença pelo país. As informações são do jornal The Guardian.

Segundo as análises do Comitê de Proteção ao Medicare, manifestantes viajam vários quilômetros para ir e voltar dos protestos e têm contato com um número relevante de pessoas nesse trajeto. Os atos também tiveram um papel importante na disseminação da Covid-19 em regiões dos EUA em que a doença apresentava números baixos.

O comitê ressalta que as informações de localização são anônimas e não permitem a identificação das pessoas. Os dados são coletados por cientistas de dados da empresa VoteMap. Eles usaram as localizações para determinar a movimentação de manifestantes no final de abril e início de maio.

Após o estudo, epidemiologistas alertaram que os protestos poderiam levar a uma nova onda de casos de coronavírus. O diretor executivo do Comitê de Proteção ao Medicare, Rob Davidson afirma que embora “seja difícil traçar uma linha reta entre dispositivos, indivíduos nesses protestos e casos”, os dados sugerem que os protestos podem ser eventos epidemiologicamente significativos.

“O comportamento que estamos vendo nos protestos acarreta um alto risco de infecção. Podemos ver que os manifestantes estão saindo de um evento altamente concentrado e depois se dispersando amplamente ”, acrescentou ele.