NOVA YORK, 20 SET (ANSA) – O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pediu que o Vaticano não renove um acordo com a China relativo à nomeação de bispos da Igreja Católica.   

O pacto foi assinado em 2018 e vence no próximo mês de outubro, mas a Santa Sé já confirmou sua intenção de estendê-lo. Segundo Pompeo, o Vaticano vai colocar em risco sua “autoridade moral” se renovar o acordo.   

“Dois anos atrás, a Santa Sé chegou a um acordo com o Partido Comunista da China, na esperança de ajudar os católicos chineses. Mas os abusos do Partido Comunista contra os fiéis só piorou”, disse o secretário de Estado neste sábado (19), em sua conta no Twitter.   

“O Departamento de Estado é uma voz forte pela liberdade religiosa na China e no mundo. Continuaremos a ficar ao lado dos católicos chineses e pedimos ao Vaticano que se junte a nós”, acrescentou. Pompeo ainda citou a prisão de ativistas pelos direitos humanos em Hong Kong, como Martin Lee e o magnata de mídia Jimmy Lai, como exemplos da repressão a católicos.   

O acordo de 2018 devolveu ao Vaticano um papel ativo na nomeação de bispos na China, que até então eram escolhidos à revelia do Papa.   

Os dois países romperam relações diplomáticas em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência de Taiwan, que ainda é visto pela China como parte de seu território e uma “província rebelde”.   

Durante décadas, os cerca de 12 milhões de católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.   

Apesar do acordo, padres e bispos no país ainda são obrigados a se alinhar com a igreja oficial. (ANSA).