Por Luc Cohen

NOVA YORK (Reuters) – Policiais dos Estados Unidos prenderam nesta segunda-feira dois residentes de Nova York por supostamente operarem uma “delegacia de polícia secreta” chinesa no bairro de Chinatown, em Manhattan, como parte de uma repressão a um suposto ataque de Pequim a dissidentes radicados nos EUA.

Lu Jianwang, 61, e Chen Jinping, 59, enfrentam acusações de conspiração por atuar como agentes do governo da China sem informar as autoridades dos EUA e de obstrução da justiça. Eles devem comparecer ao tribunal federal do Brooklyn ainda nesta segunda-feira.

As acusações surgem no momento em que o Departamento de Justiça norte-americano intensifica as investigações sobre o que chama de “repressão transnacional” por adversários dos EUA, como China e Irã, para intimidar oponentes políticos que vivem nos Estados Unidos.

“Não podemos e não iremos tolerar a perseguição do governo chinês aos ativistas pró-democracia que buscaram refúgio neste país”, disse Breon Peace, o principal promotor federal do Brooklyn, a jornalistas.

Também na segunda-feira, os promotores apresentaram acusações contra 34 autoridades chinesas por supostamente operar uma “fazenda de trolls” e assediar dissidentes online, inclusive interrompendo suas reuniões em plataformas de tecnologia dos EUA.

Eles também adicionaram oito funcionários do governo chinês como réus em um caso anunciado em 2020 acusando um ex-executivo da Zoom Video Communications Inc ZM.O, com sede na China, por interromper videoconferências comemorativas dos protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial.

Os funcionários acusados estão todos foragidos.

A embaixada da China em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

(Reportagem de Luc Cohen em Nova York e Susan Heavey em Washington; Reportagem adicional de Michael Martina em Washington)

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