EUA: pré-candidatos democratas se preparam para debate nesta terça

EUA: pré-candidatos democratas se preparam para debate nesta terça

Os democratas progressistas que aparecem como favoritos nas primárias do partido para a eleição presidencial de 2020 nos EUA devem concentrar os holofotes no debate desta terça-feira (30).

Nele, os senadores Elizabeth Warren e Bernie Sanders farão o possível para consolidar o lugar de representante da ala mais à esquerda do partido.

Amigos pessoais que defendem agendas e propostas parecidas, mas adotando estilos diferentes, ambos são os principais nomes desta primeira de duas noites de debate com 20 pré-candidatos.

Amanhã, o ainda favorito Joe Biden dividirá a cena com os senadores Kamala Harris e Cory Booker, dois proeminentes afro-americanos que criticaram duramente o ex-vice-presidente de Barack Obama sobre questões raciais.

As apostas são altas. O debate deve contribuir para começar a reduzir o número de candidatos, talvez pela metade, até o próximo encontro que será em setembro.

“Nesse momento acho que será ‘Sleepy Joe’ (Joe Sonolento)”, disse Trump, em conversa com a imprensa na Casa Branca, usando o recorrente apelido para o ex-vice.

Para os que têm tido um desempenho menos expressivo, como a senadora Kirsten Gillibrand, ou Julian Castro, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano no governo Barack Obama, ambos com menos de 2%, esse debate em horário nobre pode ser a última chance para manter suas campanhas na disputa.

Transmitido pela rede CNN, o confronto em Detroit deve ter a temperatura ainda mais elevada do que no primeiro, no mês passado, em parte diante da expectativa de embate entre Biden, Harris e Booker.

Depois de uma performance apagada em junho, quando enfrentou duras críticas de Harris em relação a seu histórico político, Biden reconheceu que não estava preparado o suficiente para rebater as críticas.

Na semana passada, ele afirmou, porém, “que não será tão educado desta vez”.

Kamala Harris, que ganhou impulso após um momento com Biden que viralizou, mas que já caiu para quarto nas pesquisas, garantiu que vai jogar limpo.

“Vou manifestar diferenças e articulá-las”, disse ela à imprensa nesta segunda-feira, em Detroit. “Não há razão para não sermos educados”, completou.

De acordo com a média de pesquisas de intenção de voto feita pelo site RealClearPolitics.com, Biden conseguiu manter sua liderança, com um apoio em torno de 32%.

Warren mantém um crescimento constante. Conseguiu chegar ao segundo lugar na pesquisa da Universidade Quinnipiac, recuando para a terceira posição, com 14%, alguns pontos atrás de Sanders.

Com grande apelo na ala mais progressista do partido, Warren e Sanders compartilham plataformas políticas similares: ambos apoiam um sistema universal de saúde, ensino superior gratuito, aumento de impostos para os mais ricos, um salário mínimo a US$ 15 a hora e regulações agressivas sobre Wall Street.

Enquanto Sanders se autoproclama um socialista democrata pronto para fazer uma “revolução política”, Warren se apresenta, porém, como uma capitalista que defende uma série de “correções” à estrutura existente, incluindo rígidas regulações aos mercados americanos.

Críticos alertam para os riscos de o partido se colocar muito à esquerda do espectro na corrida para 2020.

Como parte de sua estratégia de campanha, Trump não se cansa de afirmar que todos os pré-candidatos democratas abraçaram o “socialismo radical”.