A jovem Nabra Hassanen, uma muçulmana de 17 anos, foi morta no domingo (18) após ter sido sequestrada na frente de uma mesquita perto de Washington, mas por enquanto a polícia preferiu adotar a cautela, sem classificar o episódio como um “crime racista”.

O homicídio, cometido pouco antes de outro ataque perto de uma mesquita em Londres, provocou um grande impacto na comunidade muçulmana local, poucos dias antes do fim do mês do Ramadã.

“Estamos desolados e com o coração partido”, declararam, em nota, representantes da mesquita All Dulles Area Muslim Society, de Sterling, na Virgínia. “É hora de nos unirmos, de orarmos e cuidarmos dos nossos jovens”, acrescentaram.

Nabra caminhava com amigos depois das orações noturnas do Ramadã na madrugada de domingo, quando o grupo foi abordado por um motorista em frente a essa mesquita, localizada no subúrbio da capital americana.

À abordagem, seguiu-se uma discussão, e um homem saiu do carro com um bastão de beisebol, relataram alguns fiéis da mesquita. Os jovens correram para se abrigar no templo e logo se deram conta da ausência de Nabra.

Depois de várias horas de busca, o corpo de uma jovem – o de Nabra, muito provavelmente – foi encontrado às 15h locais de domingo em um lago da cidade, informou a Polícia do condado de Fairfax, na Virgínia.

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Darwin Martinez Torres, de 22 anos, morador de Sterling, que “dirigia de modo suspeito” perto de onde a Polícia encontrou o corpo, foi detido e acusado do assassinato da jovem.

A polícia do condado de Fairfax reportou em seu Facebook que sua investigação, nesta etapa, “não indica de nenhuma forma que a vítima foi atacada por sua raça ou religião”.

Segundo afirmam as autoridades na rede social, o drama é “o resultado da violência nas ruas entre o suspeito, que dirigia e agora é acusado de assassinato, e um grupo de adolescentes que iam caminhando a pé ou de bicicleta”.

O porta-voz da Polícia de Fairfax, Don Gotthardt, descartou – por enquanto – que se trate de um crime de ódio, o que é considerado um agravante nos Estados Unidos. Segundo o oficial à AFP, “não há qualquer informação de vínculos entre a religião da vítima e o crime”.

O episódio acontece depois de uma série de incidentes letais contra muçulmanos na América do Norte.

No mês passado, dois homens foram esfaqueados até a morte em Portland, no Oregon (noroeste dos EUA), quando tentaram conter um homem que lançava insultos islamofóbicos a duas adolescentes. Uma delas usava véu. Em outro caso, seis fiéis muçulmanos foram abatidos em janeiro, em Québec, no Canadá, durante um ataque contra uma mesquita.


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