Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou que a aprovação do PL (Projeto de Lei) da Dosimetria pela Câmara dos Deputados brasileira é o “início de um caminho para melhorar as relações” entre as duas nações.
“Os Estados Unidos têm expressado consistentemente preocupação com as tentativas de usar o processo legal para instrumentalizar as diferenças políticas no Brasil e, portanto, saúdam o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados como um primeiro passo para lidar com esses abusos”, escreveu Landau em publicação no X (antigo Twitter).
The US has consistently expressed concern over efforts to use the legal process to weaponize political differences in Brazil, and therefore welcomes the bill passed by the lower house of the Brazilian Congress as a first step towards addressing these abuses. Finally we are seeing…
— Christopher Landau (@DeputySecState) December 12, 2025
Processo contra Bolsonaro ficou na mira de Trump
Aprovado com 291 votos na Câmara, o PL da Dosimetria prevê a redução das penas aplicadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) aos participantes da invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e aos condenados por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, grupo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e três meses de reclusão na superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Para reduzir as punições, o texto ainda passará pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pelo plenário do Senado e será submetido à sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No curso do processo, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se mudou para os EUA para articular reações do governo Donald Trump ao que considera perseguição do Judiciário a seu pai. O republicano afirmou que havia uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, revogou vistos de autoridades brasileiras e enquadrou o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa na Lei Magnitsky.
Mesmo com as negociações do Ministério das Relações Exteriores e do próprio presidente Lula, que culminaram na redução parcial das sanções econômicas, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio — equivalente ao chanceler brasileiro –, seguiu alinhado à tese de perseguição. Landau é seu número 2 no órgão.