O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, pediu nesta terça-feira, no Kuwait, à coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) para não baixar a guarda diante da ameaça extremista, alertando que a ofensiva turca na Síria tinha enfraquecido o combate.

A reunião desta coalizão antiextremista dirigida pelos Estados Unidos aconteceu no segundo dia de uma conferência internacional sobre a reconstrução do Iraque, organizada no Kuwait.

“Quando lançamos nossa cooperação” em 2014, “o EI prosperava”, lembrou Tillerson. “Hoje, o EI está perdendo”, afirmou aos representantes dos 74 países e instituições membros da coalizão.

Mas mesmo que “cerca de 98% do território antes controlado pelo EI no Iraque e na Síria tenha sido libertado”, o grupo extremista “continua sendo uma ameaça grave”, alertou.

“A comunidade internacional continua tendo que fazer frente a uma ameaça direta dos grupos terroristas armados”, insistiu o ministro de Relações Exteriores do Kuwait, o xeque Sabah Khaled Al Sabah.

Neste período pós-EI, as novas tensões na Síria, especialmente com a operação turca contra o enclave curdo de Afrin, no noroeste, complicam a estratégia dos Estados Unidos.

A força curda, alvo da ofensiva de Ancara, foi a principal aliada da coalizão anti-extremista na luta contra o EI na Síria.

Tillerson, que vai viajar nesta quinta e sexta-feira à capital turca, em uma visita que promete ser complicada, afirmou nesta terça que a operação tinha debilitado a luta contra os extremistas do EI.

Essa ofensiva “desviou (a coalizão internacional) do combate contra o EI no leste da Síria”, já que “forças (curdas) se dirigiram ao enclave de Afrin”, indicou.

Em paralelo, no segundo dia de reuniões da conferência sobre a reconstrução do Iraque, autoridades iraquianas apresentaram garantias jurídicas a doadores e investidores, indispensáveis para reconstruir milhares de casas, escolas, hospitais e infraestruturas destruídas durante anos de conflito.

“O Iraque está aberto aos investidores”, garantiu Sami Al Araji, presidente da comissão iraquiana de investimento, diante de cerca de 2 mil representantes de multinacionais, a quem prometeu um nível elevado de proteção.