Os Estados Unidos classificaram de “inaceitável”, nesta segunda-feira (6), a sugestão de um ministro israelense de utilizar uma bomba atômica no conflito em Gaza e instou todas as partes a evitarem a “retórica de ódio”.

No domingo, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, suspendeu das reuniões do governo o ministro de Patrimônio, Amichay Eliyahu, depois que ele considerou o armamento atômico como “opção” contra o grupo islamista palestino Hamas.

“O primeiro-ministro Netanyahu e o governo israelense repudiaram esses comentários, que, para nós, também pareceram totalmente inaceitáveis”, disse à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel.

“Seguimos acreditando que é importante que todas as partes deste conflito se abstenham de uma retórica de ódio que vai incitar ainda mais as tensões”, acrescentou.

Em uma entrevista concedida à rádio israelense Kol Barama, o ministro Eliyahu declarou que não estava de todo satisfeito com a magnitude das represálias israelenses.

Quando o entrevistador lhe perguntou se era favorável a lançar “algum tipo de bomba atômica” sobre Gaza “para matar todo o mundo”, Eliyahu respondeu: “Essa é uma opção”.

O funcionário esclareceu depois que sua declaração era “metafórica”.

É de amplo conhecimento que Israel tem armas nucleares, embora jamais tenha admitido.

Combatentes do grupo palestino Hamas invadiram o território de Israel em 7 de outubro e mataram cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis, atacando residências e frequentadores de um festival de música.

O Ministério de Saúde de Gaza, território governado pelo Hamas, afirma que mais de 10.000 pessoas morreram desde que Israel lançou ataques de represália, entre as quais mais de 4.000 são crianças.

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