Os Estados Unidos disseram, neste domingo (29), que Israel deve distinguir, em suas operações, entre militantes do grupo islamista Hamas e os civis palestinos, enquanto o exército israelense intensifica sua ofensiva na Faixa de Gaza.

“O que acreditamos é que, a cada hora, a cada dia desta operação militar, o governo israelense deveria tomar todas as medidas possíveis à sua disposição para distinguir entre o Hamas, os terroristas que são alvos militares legítimos, e os civis, que não são”, disse o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, à CNN.

“Este é o conselho que lhes damos. Isto é o que transmitimos e continuamos fazendo no mais alto nível”, acrescentou.

Neste domingo, o presidente americano, Joe Biden, conversou com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.

Biden “destacou a necessidade de aumentar imediata e significativamente o fluxo de ajuda humanitária para atender às necessidades dos civis em Gaza”, segundo a Casa Branca.

– Diálogo constante –

Os dois governantes conversam quase diariamente desde o início da guerra provocada após o ataque sangrento e sem precedentes do grupo Hamas, em 7 de outubro, em solo israelense, que deixou até o momento 1.400 mortos, principalmente civis, segundo as autoridades israelenses.

Em represália, o exército israelense bombardeia sem trégua a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, e assedia este território densamente povoado, onde vivem 2,4 milhões de pessoas.

Mais de 8.000 palestinos, “a metade dos quais são crianças”, morreram na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, informou no sábado o Ministério da Saúde em Gaza.

Segundo a nota da Casa Branca, em sua conversa com Netanyahu, “o presidente reiterou que Israel tem todo o direito e a responsabilidade de defender seus cidadãos do terrorismo e ressaltou a necessidade de fazê-lo de forma consistente com o direito internacional humanitário, que prioriza a proteção dos civis”.

Também neste domingo, Biden falou sobre a proteção de vidas de civis em conversa por telefone com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, na qual os dois líderes “se comprometeram a acelerar e aumentar significativamente a ajuda que chega a Gaza a partir de hoje e, em seguida, de forma contínua”, segundo a nota da Casa Branca.

– “Operações seletivas” –

Sullivan também disse à rede ABC que o Hamas estava fazendo “tudo o que está ao seu alcance para pôr as pessoas em perigo, para usá-las como escudos humanos”.

No entanto, destacou que “cabe a Israel tomar as medidas necessárias para distinguir entre o Hamas, que não representa o povo palestino, e os civis palestinos inocentes”.

Também disse que Israel deve priorizar as “operações seletivas”.

Os Estados Unidos são o principal aliado de Israel, a quem fornece anualmente uma importante ajuda militar.

Em outras declarações dadas ao programa “Face the Nation”, da rede CBS, Sullivan disse que funcionários americanos estão trabalhando para ajudar a garantir a libertação dos 230 reféns retidos em Gaza pelo Hamas, assim como para ajudar as centenas de palestinos americanos presos na região.

“Muitos deles ainda estão lá, esperando para sair, e estamos trabalhando ativamente para tentar que isto ocorra”, disse Sullivan à CBS.

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