Os Estados Unidos vão começar a emitir na próxima semana vistos de “trabalho temporário” e de “programas de intercâmbio” para cubanos em Havana, mas manterão a restrição de tramitar dentro da ilha os de turismo ou negócios, informou a embaixada americana nesta quarta-feira (14).

O anúncio representa um pequeno passo da representação americana, que reativou em maio de 2022 a emissão a conta-gotas de vistos em Havana, após quatro anos de fechamento por supostos ataques sônicos contra seu pessoal diplomático.

“A partir de segunda-feira, 19 de agosto, a Embaixada dos Estados Unidos em Havana amplia os serviços de visto para incluir certas categorias de vistos de trabalho temporário e programas de intercâmbio”, anunciou a missão em seu site.

A retomada de alguns serviços de visto em 2022 se limitou a trâmites de permissões para imigrantes.

Com esse novo anúncio serão beneficiadas pessoas que forem transferidas dentro de uma empresa, “trabalhadores com habilidades ou conquistas extraordinárias”, atletas, artistas, animadores e membros de entidades religiosas, entre outros.

Mas o anúncio de hoje “não inclui vistos de não imigrante para pessoas que desejam entrar nos Estados Unidos temporariamente por motivos de negócio (visto B-1) ou turismo (visto B-2)”, acrescentou a representação.

A embaixada reduziu seu pessoal para o mínimo em setembro de 2017, quando o governo do republicano Donald Trump argumentou a ocorrência de incidentes de saúde misteriosos, descritos como ataques sônicos, que afetaram seus diplomatas em 2016 e 2017, e que também foram reportados depois em outras embaixadas do mundo.

Um estudo de uma agência de saúde dos Estados Unidos concluiu em março que pessoas que afirmavam sofrer a síndrome de Havana, um transtorno inexplicável que afetou dezenas de diplomatas americanos, foram submetidos a exames médicos que não revelaram lesões cerebrais importantes.

Para os cubanos, o verdadeiro golpe foi a interrupção dos serviços consulares, o que transformou a obtenção de um visto americano em uma corrida de obstáculos, obrigando-os a viajar para um terceiro país, como Colômbia e Guiana, para solicitar o documento.

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