21/05/2018 - 20:02
A reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela gerou uma onda de repúdio internacional liderada por Estados Unidos, Grupo de Lima e países da União Europeia, enquanto outras nações como Rússia, Cuba e Bolívia lhe deram apoio.
– EUA fecha cerco financeiro –
Os Estados Unidos qualificaram a reeleição de Maduro de “fraudulenta”. O presidente Donald Trump assinou um decreto que proíbe os cidadãos de seu país de comprar títulos da dívida venezuelana, incluindo da estatal Pdvsa, em um momento no qual o país petroleiro está asfixiado por uma profunda crise econômica.
A eleição “foi uma farsa, nem livre nem justa. O resultado ilegítimo deste falso processo é mais um golpe para a orgulhosa tradição democrática da Venezuela”.
– União Europeia estuda medidas –
“Não respeitaram os mínimos padrões democráticos” na eleição, tuitou o chefe de Governo da Espanha, Mariano Rajoy.
“A Espanha estudará junto com seus sócios europeus as medidas oportunas e continuará trabalhando para minimizar o sofrimento dos venezuelanos”, escreveu.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, afirmou no Twitter que “não foram eleições livres e justas que o povo venezuelano merece”.
– Reino Unido: condenação clara e categórica –
“A condenação da comunidade internacional é clara e categórica”, indicou em declaração Boris Johnson, secretário de Assuntos Exteriores do Reino Unido, sustentando que seu país trabalhará de perto nas próximas semanas com a União Europeia e a região “para decidir como podemos continuar apoiando uma solução política”. Johnson compareceu à reunião do G20 em Buenos Aires.
– Grupo de Lima baixa nível diplomático –
Catorze países americanos do chamado “Grupo de Lima” desconheceram os resultados e anunciaram que chamarão seus embaixadores na Venezuela para consulta.
Os signatários “não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral” de 20 de maio “por não cumprir com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”.
O grupo está integrado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
Nessa linha, acordaram “reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela, para o qual chamarão para consultas os embaixadores em Caracas e convocam os embaixadores da Venezuela para expressar nosso protesto”.
– Seis países do G20 desconhecem eleição –
A reunião do G20 em Buenos Aires não conseguiu chegar a um consenso sobre a Venezuela e, por essa razão, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos e México tiveram que emitir uma declaração à margem do evento.
“Nossos países desconhecem os resultados de eleições convocadas por uma autoridade ilegítima, a Assembleia Nacional Constituinte, excluindo a participação de atores políticos e que não contaram com observação internacional para que pudessem ser aceitas como livres, justoa, independentes e democráticas”, assinala a declaração lida pelo chanceler argentino, Jorge Lafaurie.
– Rússia: ‘diálogo nacional’ –
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou um telegrama para seu homólogo venezuelano no qual expressou seu desejo de que seja realizado “um diálogo nacional”, no interesse do povo da Venezuela em seu conjunto, disse o Kremlin em comunicado.
O presidente russo desejou a Nicolás Maduro “boa saúde e sucesso na resolução dos desafios sociais e econômicos que o país enfrenta”.
– Cuba: ‘vitória contundente’ –
“Nos novos desafios, terá, como sempre, a solidariedade de Cuba”, escreveu o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em uma carta enviada no próprio domingo a Maduro.
“Fraternais felicitações por sua vitória contundente”, acrescentou, assinalando que o povo “bolivariano e chavista” demonstrou mais uma vez a “sua determinação de defender o legado” do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.
– Bolívia: triunfo contra o golpe –
“O povo venezuelano soberano triunfou novamente ante o golpismo e intervencionismo do império americano. Os povos livres jamais se submeterão. Felicidades ao irmão Nicolás Maduro e ao corajoso povo da Venezuela”, disse no domingo, em um tuíte, o presidente da Bolívia, Evo Morales.