A ossada de uma mulher foi encontrada há 17 anos pelo zelador Eric Speller dentro de uma chaminé em um prédio residencial de Boston, Massachusetts (EUA). Em 2019, um exame de DNA indicou que a vítima pode ser brasileira e tenha parentesco com um padre no interior de Goiás. As informações são do UOL.

As investigações do caso iniciaram em 2005 quando Eric Speller abriu a chaminé do prédio e levou um susto ao se deparar com um corpo.

“Logo que eu comecei a trabalhar aqui, eu percebi que precisávamos limpar a chaminé. E aí contratei uma empresa para fazer o serviço. Quando abriram o acesso à chaminé, uma mão caiu para fora”, disse o zelador em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

As autoridades locais foram acionada e, depois de análises, concluíram que o assassinato tinha ocorrido três anos antes, em 2002.

O ex-chefe de investigações da polícia de Boston Paul Donovan contou que “pensei que fossem ossos de animais. Acontece o tempo todo, nos chamam porque encontram ossos, quase nunca são humanos. Mas nesse caso era um esqueleto humano, de um corpo que não havia simplesmente sido colocado ali, mas cuidadosamente escondido”.

Na época, as autoridades locais não tinham condições para desvendar o caso. Com o avanço da tecnologia, novos exames revelaram que os restos mortais pertenciam a uma mulher que tinha entre 25 e 35 anos, cabelos pretos ou castanhos e era mãe, pois os ossos da bacia indicavam que ela havia passado por um parto anteriormente.

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Outro ponto que chamou a atenção foi uma prótese encontrada na ossada que aponta que os materiais usados e sua confecção deu-se no Brasil.

Em 2019, foram feitas análises genéticas mais aprofundadas para descobrir a ancestralidade da vítima. Algumas amostras indicam que a mulher pode ser brasileira e tenha possível parentesco com o padre Murah Peixoto Vaz, que comanda uma paróquia na cidade de Cumari (GO).

“Meu primo entrou em contato comigo dizendo: ‘Não pense que é um trote. O FBI entrou em contato com o delegado e eles estão em uma investigação policial de uma pessoa que foi assassinada nos Estados Unidos e que bateu correspondência com você no DNA.'”

“Estamos usando essa nova tecnologia – genealogia genética forense – para tentar resolver casos antigos, sem solução. Nesse específico, o DNA apontava que poderia ter um parentesco com alguém no Brasil, de um estado chamado Goiás”, disse o detetive americano Charlie Daniels.

Por conta da complexidade que envolve o caso, as autoridades de Boston entraram em contato com a Polícia Federal para obter ajuda nas investigações. No entanto, a PF não encontrou nenhum parente da vítima registrado no banco de dados da corporação.

Mesmo assim, Murah continua colaborando com as autoridades na coleta de DNA de seus parentes.

O zelador Eric Spelles também ressaltou que “antes de eu começar aqui, a pessoa que trabalhava no meu lugar era um brasileiro”.

Não há informações sobre esse outro funcionário até o momento. O caso continua sendo investigado pelas autoridades de Boston.


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