WASHINGTON, 12 JUN (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nesta quinta-feira (12) que alguns funcionários americanos em missão em países do Oriente Médio, como Iraque, Bahrein e Kuwait, receberam ordens para deixar as sedes devido ao aumento da tensão na região.
A solicitação foi enviada a diplomatas e militares não essenciais pelo Departamento de Estado diante de alertas com eventuais confrontos nas missões diplomáticas dos EUA em vários países do Oriente Médio.
Citando diversas fontes europeias, a imprensa americana disse que Israel está pronto para atacar o Irã. A crise se deve à questão nuclear iraniana, tema de tratativas de acordo entre EUA e Teerã. Após o conselho da Agência Internacional para a Energia Atômica (Aiea) adotar uma resolução que condena o Irã por “falta de respeito” em relação a suas obrigações nucleares, o governo iraniano anunciou que irá aumentar suas atividades de enriquecimento de urânio em resposta à Aiea.
A partir disso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou que “o Irã está empenhado em um programa de armamento nuclear secreto e sistemático”, o que significaria que “o acúmulo rápido de urânio altamente enriquecido demonstra claramente que a natureza do programa [iraniano] não é civil”.
“O Irã obstrui constantemente as atividades de verificação e monitoramento da Aiea ao expulsar inspetores, limpar e ocultar locais suspeitos não declarados”, acrescentou a pasta.
“Israel alerta que tais ações minam o regime global e representam uma ameaça imediata à segurança e à estabilidade regional e internacional”, concluiu o ministério israelense.
Quanto ao Irã, um “país amigo” o teria avisado sobre as ameaças de ataque de Israel.
“O Irã não irá renunciar ao seu direito de enriquecimento de urânio devido às crescentes tensões na região”, disse um alto funcionário iraniano citado pela Reuters. Segundo a fonte, a pressão visa “influenciar Teerã a mudar sua posição” antes da nova rodada de negociações com os EUA, marcada para domingo (15) em Omã.
Hoje, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri, ordenou o início de uma série de exercícios militares, conhecidos como “exercícios de autoridade”, cujo objetivo é “fortalecer a força de defesa, a prontidão operacional e as capacidades de dissuasão das forças armadas iranianas”, afirmou Bagheri.
Segundo ele, “os exercícios deste ano foram programados com modificações no calendário militar regular e são projetados para responder à evolução das ameaças regionais e dos movimentos adversários”. (ANSA).