O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem cumprido a promessa de endurecer medidas contra imigrantes e estrangeiros. Durante esta quinta-feira, 22, o republicano determinou a proibição de estudantes não-americanos na Universidade de Harvard, uma das mais reconhecidas do mundo.
Trata-se de um novo episódio da trama entre Trump e Harvard. No mês passado, o chefe executivo anunciou o congelamento de 2,2 bilhões de dólares (R$ 12,85 bilhões, na conversão atual) em fundos federais para a universidade. No dia seguinte, 15, retaliações continuaram a preencher as declarações de Trump, que ameaçou retirar vantagens fiscais da entidade.
A empreitada contra Harvard não é por acaso, nem um evento isolado. A instituição se recusou a acatar uma série de exigências feitas pelo presidente em relação à questões ideológicas e de diversidade. Agora, com as novas providências, a situação de alunos estrangeiros – incluindo brasileiros – muda radicalmente.
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O que acontece agora?
A medida anunciada pela Segurança Interna dos EUA prevê revogação da certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio de Harvard devido a falhas da universidade em “cumprir a lei”. O governo de Trump ainda chegou a acusar o campus de antissemitismo e de ter ligações com o Partido Comunista Chinês.
“Que isso sirva de aviso a todas as universidades e instituições acadêmicas do país”, pontuou a secretária de Segurança Kristi Noem.
Isso significa que Harvard está completamente proibida de aceitar estudantes estrangeiros. Para além disso, os alunos que já estão matriculados também são englobados pela decisão e deverão ser transferidos para outra instituição, ainda sem definição.
A deliberação vale para todos os estudantes que não tenham nascido em solo americano, o que significa que não haverá mais nenhum brasileiro dentro da Universidade de Harvard. A entidade qualificou a medida, que deve se prolongar até 2026, como “ilegal”.
Desde o começo do ano, Trump havia imposto o cancelamento do status legal de estudantes internacionais por todo o país. Isso fez com que mais de 4.700 alunos perdessem a autorização para estudar nos EUA e alguns chegaram a enfrentar deportações.
Porém, ainda nesta quinta-feira, 22, o juiz federal Myong Joun determinou que o governo está impedido de cancelar vistos de acadêmicos estrangeiros, com objetivo de parar as guinadas e perseguições contra imigrantes dentro das universidades americanas. O magistrado chegou a deliberar a reestruturação do Departamento de Educação, que tem sido alvo do republicano durante a atual gestão.
Vale lembrar que alunos advindos de outros países são parte essencial da instituição. No último ano letivo, cerca de 7.000 estudantes internacionais estavam matriculados em Harvard – o que representa 27% do corpo estudantil.