O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, prestou nesta quinta-feira uma homenagem solene ao dissidente chinês Liu Xiaobo, falecido em função de um câncer, e considerou que o Prêmio Nobel da Paz “dedicou sua vida a melhorar a humanidade”.

O secretário de Estado pediu, além disso, que a China liberte a esposa do dissidente, Liu Xia, de sua prisão domiciliar vigiada e permita abandonar a China, como é sua vontade.

Liu Xiaobo morreu aos 61 anos nesta quinta-feira, perdendo sua batalha contra o câncer, um mês após ser transferido da prisão para um hospital na cidade de Shenyang, no nordeste da China – informaram autoridades locais.

Em um comunicado, o Gabinete de Assuntos Jurídicos de Shenyang confirmou o óbito, acrescentando que Liu faleceu três dias depois começar a receber tratamento intensivo.

Esse símbolo da luta pela democracia na China foi internado no Hospital Universitário N°1 de Shenyang após passar oito anos preso.

Afetado por um câncer de fígado em estágio terminal, ele obteve liberdade condicional para ser tratado.

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O anúncio de seu óbito é delicado para Pequim, ao expor o tratamento reservado a dissidentes políticos no país.

O comitê do Nobel norueguês, que atribuiu ao dissidente o Nobel da Paz em 2010, reagiu duramente à notícia de seu falecimento.

A China tem uma “grande responsabilidade” na morte “prematura” de Liu Xiaobo ao privá-lo de cuidados médicos adaptados, estimou o comitê, nesta quinta.

“Consideramos profundamente perturbador que Liu Xiaobo não tenha sido transferido para um estabelecimento onde poderia ter recebido um tratamento médico adequado antes que sua doença entrasse em estágio terminal”, declarou a presidente do comitê, Berit Reiss-Andersen.

O nome do Prêmio Nobel é tabu na imprensa oficial, salvo nos jornais chineses em inglês que classificam Liu como “criminoso”. Ele é desconhecido para grande parte da população de seu país.


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