Os Estados Unidos não deram qualquer tipo de sinal verde a Israel para sua incursão militar ao principal hospital da cidade palestina de Gaza, informou a Casa Branca nesta quarta-feira (15), acrescentando que tais decisões são de competência do Exército israelense.

“Não demos aprovação às suas operações militares ao redor do hospital”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, aos jornalistas, depois de o grupo islamista palestino Hamas ter garantido que o presidente americano, Joe Biden, era “totalmente responsável” pela incursão israelense.

As forças de Israel fizeram uma operação “seletiva” dentro do hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, nas primeiras horas da manhã. Nela, dezenas de soldados fizeram vários homens saírem com as mãos para cima, além de interrogarem várias pessoas, incluindo mulheres e crianças.

Tanques que há dias cercavam o complexo entraram e se posicionaram em frente a diferentes serviços.

Essa operação levantou temores pela segurança de milhares de pacientes, funcionários e outros civis presos dentro do complexo.

Na terça-feira (14), funcionários do hospital disseram que pelo menos “179 corpos” foram enterrados em numa vala comum.

Biden conversou ontem com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas Kirby se recusou a dizer se o presidente americano havia sido avisado da ofensiva.

“Não vou entrar em detalhes sobre a conversa”, disse Kirby, acrescentando, no entanto, que “não há qualquer expectativa por parte dos Estados Unidos de planejar tudo”.

O governo americano “certamente falou com eles sobre as preocupações com os civis”, completou o porta-voz.

Na terça-feira, a Casa Branca apoiou as declarações israelenses de que militantes do Hamas e do grupo Jihad Islâmica tinham um centro de comando debaixo do hospital Al Shifa.

“Nos sentimos confortáveis com nossa própria avaliação de Inteligência”, disse Kirby.

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