Após o anúncio do primeiro caso de coronavírus nos Estados Unidos, no último dia primeiro de março, os irmãos Matt e Noah Colvin saíram para comprar desinfetante para as mãos. Nos três dias seguintes a confirmação do primeiro infectado no país, ambos limparam as prateleiras de alguns estabelecimentos do Tennesse e adquiriram 17.700 frascos.

Além disso, os irmãos viajaram cerca de dois mil quilômetros enchendo um caminhão com embalagens de lenços antibacterianos, inclusive de pequenas lojas no interior do Tennesse e Kenthucky.

Enquanto Matt Colvin ficou responsável pelos carregamentos, Noah colocou os cerca de 300 frascos de desinfetante na Amazon, com preço entre US$ 8 e US$ 70, preço acima do que a dupla pagou. “Era um dinheiro louco”, disse Colvin.

Para tentar frear esta atividade empresas como a Amazon e o Ebay retiraram da sua plataforma milhares de ofertas deste tipo, que envolvam produtos relativos a proteção do coronavírus.

A enfermeira Mikeala Kozlowski, de Massachusetts, disse que está procurando desinfetante para as mãos desde antes de dar à luz a sua primeira filha, no último dia cinco de março.

“Vocês são egoístas, acumulam recursos para seu próprio ganho pessoal”, disse ela sobre os vendedores do seu estado.

Colvin disse que não estava manipulando os preços dos produtos, mesmo cobrando bem acima do que foi ele pagou. Para justificar a cobrança, o vendedor disse que além da quantia paga pelo item, a comercialização envolve uma série de outros custos, os quais ele embutiu no valor cobrado no site.

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“Só porque me custou US$ 2 na loja não significa que não me custará US$ 16 para levá-lo até a sua porta”, acrescentou Colvin.

“Sinceramente, sinto que é um serviço público”, acrescentou. “Estou sendo pago pelo meu serviço público.”

Quanto ao seu estoque, Colvin disse que agora provavelmente tentará vendê-lo localmente.

“Se eu conseguir lucrar um pouco, ótimo”, disse. “Mas não quero estar na situação de sair na primeira página do jornal como o cara que estocou 20 mil vidros de desinfetante e está vendendo 20 vezes mais caro do que custaram.”

Depois que The New York Times publicou este artigo, na manhã do último sábado (14), Colvin disse que estava avaliando maneiras de doar todos os suprimentos.


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