A justiça americana anunciou, nesta quarta-feira (20), o indiciamento do cidadão colombiano-libanês Samuel Salman El Reda, membro do grupo Hezbollah, por sua participação em atos “terroristas” na América do Sul, entre eles o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, em 1994.

Samuel Salman El Reda, também conhecido pelo codinome “Salman Raouf Salman”, foi acusado de “terrorismo” à revelia por se encontrar no Líbano, segundo um comunicado conjunto do promotor federal de Nova York, Damian Williams, e do promotor-adjunto americano Matthew Olsen, bem como dos chefes da polícia federal americana (FBI) e de Nova York (NYPD).

“Samuel Salman El Reda foi acusado durante décadas de executar operações terroristas em nome da organização jihadista islâmica Hezbollah, incluído o atentado em Buenos Aires de 1994, que massacrou 85 vítimas inocentes”, declarou Williams.

O atentado contra a AMIA, ocorrido em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires, foi o pior da história da Argentina e o segundo executado contra a maior comunidade judaica da América Latina, após o atentado de 1992 contra a embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixou 29 mortos e 200 feridos.

Em 2006, promotores argentinos acusaram o grupo pró-iraniano Hezbollah de ter executado o atentado contra a AMIA e funcionários iranianos de serem os mandantes, o que Teerã nega. O caso segue sem solução.

Em junho, a justiça argentina solicitou uma ordem de captura internacional contra quatro libaneses – dois deles com passaportes paraguaios -, suspeitos de terem participado “de forma secundária” do atentado contra a AMIA, entre eles El Reda, segundo Buenos Aires.

Além deste atentado ocorrido há quase 30 anos, a justiça americana acusa El Reda de ter “participado de operações terroristas para o Hezbollah na América do Sul, na Ásia e no Líbano”.

Para as autoridades americanas, o “Hezbollah é uma organização islâmica xiita com base no Líbano e com componentes políticos, sociais e terroristas”. Washington suspeita há tempos que tenha se estabelecido na América do Sul, na região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, três países com muitos residentes de origem libanesa.

Em novembro, a Polícia Federal prendeu três pessoas no âmbito de uma investigação sobre os preparativos de ataques “terroristas” no Brasil, orquestrados pelo Hezbollah, segundo Israel.

nr/arb/aem/db/atm/mvv/am