Os Estados Unidos impuseram, nesta terça-feira (28), sanções a dois primos do presidente da Síria, Bashar al-Assad, por tráfico da droga estimulante captagon, uma exportação crescente para esse país do Oriente Médio, que está rapidamente normalizando seus laços na região.

“A Síria se tornou líder mundial na produção de captagon altamente viciante, grande parte do qual é traficada através do Líbano”, justificou em um comunicado Andrea Gacki, o alto funcionário do Tesouro que gerencia o assunto das sanções.

Uma investigação da AFP em novembro descobriu que a Síria se tornou um “narcoestado” com uma indústria de captação de 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 52 bilhões) que supera todas as outras exportações e financia tanto Assad quanto muitos de seus inimigos.

Os Estados Unidos, em coordenação com o Reino Unido, anunciaram que imporiam sanções por tráfico de drogas a dois primos do presidente: Samer Kamal al-Assad e Wassem Badi al-Assad.

Samer Kamal al-Assad é o proprietário de uma fábrica na cidade costeira de Latakia que produziu 84 milhões de comprimidos de captagon em 2020, de acordo com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

“Com nossos aliados, responsabilizaremos aqueles que apoiam o regime de Bashar al-Assad com receitas de drogas ilícitas e outros meios financeiros que permitem a contínua repressão do regime sobre o povo sírio”, afirmou.

Outras personalidades atingidas pelas sanções americanas incluem Nouh Zaitar, o chefe do tráfico mais famoso do Líbano que está fugindo das autoridades, e Hassan Dekko, um libanês-sírio com conexões de alto nível em ambos os países.

A Arábia Saudita se tornou, de longe, o maior mercado para o captagon, uma anfetamina derivada de um tratamento que costumava ser legal para a narcolepsia e transtorno de déficit de atenção.

Esta droga barata atrai tanto pessoas das classes ricas do Estado petrolífero quanto trabalhadores pobres, em um país de ordem islâmica onde o álcool é tabu.

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