A Marinha americana impediu, nesta quarta-feira (5), que o Irã apreendesse dois petroleiros em águas internacionais na costa de Omã, anunciou, em um comunicado, o Comando Central das Forças Navais dos EUA (Navcent).

Os iranianos abriram fogo contra um dos navios-tanque, fugindo após a chegada de um destróier americano, informou o comunicado, segundo o qual os dois navios tinham bandeira das Ilhas Marshall e das Bahamas.

“À 1h da madrugada, horário local, um navio iraniano se aproximou do petroleiro ‘TRF Moss’, com bandeira das Ilhas Marshall, em águas internacionais do Golfo de Omã. A embarcação iraniana deixou o local, quando o destróier de mísseis guiados ‘USS McFaul’, da Marinha dos Estados Unidos, chegou ao lugar”, detalha Navcent, explicando que eles também enviaram um drone MQ-9 Reaper e um avião de patrulha marítima P-8 Poseidon.

Segundo o Navcent, a força naval recebeu um pedido de socorro do petroleiro “Richmond Voyager”, de bandeira das Bahamas, depois que outro navio iraniano se aproximou e ordenou que parasse.

O “USS McFaul” dirigiu-se, então, “a toda velocidade” rumo ao “Richmond Voyager”. Antes de chegar, as forças iranianas abriram fogo contra a embarcação várias vezes, sem deixar vítimas, ou causar danos materiais significativos, segundo o comunicado.

Os incidentes se multiplicaram nas águas do Golfo, uma zona marítima crucial para o transporte mundial de petróleo, desde que, em 2018, os Estados Unidos se retiraram do acordo internacional destinado a limitar o alcance do programa nuclear iraniano e voltaram a impor sanções à República Islâmica – sobretudo, ao seu setor petrolífero.

No final de abril, as Forças Armadas iranianas apreenderam um navio-tanque com bandeira das Ilhas Marshall com destino aos Estados Unidos no Golfo de Omã e, uma semana depois, um outro, com bandeira do Panamá, que passava pelo Estreito de Ormuz.

Os Estados Unidos costumam criticar operações desse tipo nessa zona marítima.

“Desde 2021, o Irã perseguiu, atacou, ou apreendeu quase 20 navios mercantes de bandeira internacional, o que representa uma clara ameaça à segurança marítima regional e à economia mundial”, enfatizou o Navcent em seu comunicado.

Em 2019, os Guardiães da Revolução, criados em 1979 após a vitória contra o xá, apreenderam um petroleiro de bandeira britânica, que liberaram dois meses depois. E, em 2022, uma flotilha da Marinha iraniana tomou brevemente dois navios militares americanos não tripulados no Mar Vermelho.

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