Um grupo, formado por advogados; deputados e o ex-detetive do caso, procuram impedir a execução de um homem condenado à morte pelo assassinato da própria filha, de dois anos, em 2002. O texano Robert Roberson, 57, receberá uma dose de injeção letal nesta quinta-feira, 17.
De acordo com a AP (Associated Press), o grupo alega à Justiça dos Estados Unidos que a condenação do homem foi baseada em evidências científicas falhas.
No ano de 2002, Roberson levou a filha Nikki Curtis a um hospital da região. No local, ele informou a equipe médica de que acordou e encontrou a menina inconsciente e com os lábios azulados. Além disso, afirmou que a garotinha teria caído da cama enquanto dormia.
Porém os médicos desconfiaram das alegações do pai e chegaram a testemunhar que os sintomas correspondiam a um trauma abusivo na cabeça, provocado pela síndrome do bebê sacudido.
O grupo, composto por 86 pessoas, não nega os abusos, porém enviou em setembro uma carta à Comissão de Indultos e Liberdade Condicional do Texas afirmando que as lesões na menina eram compatíveis com um quadro de pneumonia severa não diagnosticada e não ao trauma na cabeça. Os promotores, no entanto, disseram que as evidências contra Roberson ainda se sustentavam.
O advogado de Roberson disse que as evidências coletadas apontam que a pneumonia progrediu para sepse e foi provavelmente acelerada por medicamentos que não deveriam ter sido prescritos à menina e isso teria causado e dificuldade na respiração.
Os defensores do pai afirmam que ele é portador de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o comportamento foi erroneamente usado contra ele. Também destacaram que a equipe médica que atendeu a menina não conseguiu descartar outras explicações para o caso, como pneumonia.
O ex-chefe de detetives em Palestine, no Texas, Brian Wharton assinou uma petição solicitando a interrupção da execução. “Sabendo de tudo que sei agora, estou firmemente convencido de que Roberson é inocente”, disse.
Segundo o “The New York Times”, Brian chegou a visitar Roberson no corredor da morte e afirmou que se arrependeu de ter se envolvido no resultado do caso. A deputada republicana Lacey Hull também saiu em defesa do pai da menina. “Se houver até mesmo uma sombra de dúvida de que ele é inocente, não deveríamos executá-lo”, acrescentou.