Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia munições de fragmentação, anunciou a Casa Branca nesta sexta-feira (7), cruzando uma linha vermelha importante no tipo de armamento oferecido a Kiev, em plena contraofensiva à invasão russa.

O presidente Joe Biden “aprovou” o fornecimento, “após uma recomendação unânime”, declarou à imprensa o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, que acrescentou que isso é “o correto”.

Sullivan assinalou que os ucranianos deram garantias “por escrito” sobre o uso que fariam dessas armas para minimizar “os riscos que representam para a população civil”.

As munições de fragmentação são armas que liberam o dispersam projéteis menores concebidas para detonar antes, durante ou depois do impacto. Dependendo do tipo de arma utilizada, o número de pequenos projéteis oscila entre poucas dezenas e mais de 600.

Este anúncio faz parte de um novo pacote de ajuda militar de 800 milhões de dólares (R$ 3,9 bilhões, na cotação atual) para a Ucrânia, que eleva a mais de US$ 41 bilhões (R$ 200 bilhões, na cotação atual) o total desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

Além das munições de fragmentação, os Estados Unidos vão fornecer veículos blindados, munição de artilharia, armas antitanque e outros equipamentos.

Muitos países proibiram seu uso e produção em virtude da Convenção de Oslo de 2008, da qual nem Estados Unidos nem Ucrânia fazem parte.

Sullivan justificou longamente a decisão, muito criticada pelas ONGs. Ele afirma que a artilharia é crucial nesta guerra e que a Rússia tem utilizado esse tipo de munição desde o início.

Além disso, Sullivan afirmou que a proposta de entrada da Ucrânia na Otan será discutida, mas não decidida, na cúpula da organização na Lituânia na semana que vem.

Kiev “ainda deve dar mais passos antes da adesão” e “não se unirá” à organização agora, afirmou, no momento em que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, realiza uma ofensiva diplomática internacional em busca de apoio para a entrada de seu país na Aliança Transatlântica.

Quanto à Suécia, o outro país que espera entrar na Otan, a Casa Branca é mais otimista.

Sullivan disse que existe a possibilidade de Turquia e Hungria deixarem de bloquear a entrada do país escandinavo na cúpula na Lituânia, mas, caso isso não aconteça, ela “ocorrerá em um futuro não muito distante”.

Turquia e Hungria são os únicos dos 31 países-membros da Otan que ainda não ratificaram a adesão da Suécia.

As diferenças com a Turquia se devem à posição da Suécia sobre os movimentos de oposição curdos, como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo), que Ancara inclui em sua lista de grupos considerados “terroristas”.

As relações bilaterais pioraram ainda mais há alguns dias, quando um iraquiano queimou um exemplar do Alcorão em frente à principal mesquita de Estocolmo.

Já em relação à Hungria, o Parlamento incluiu a candidatura de Estocolmo entre os temas da agenda de votação, mas o Legislativo deverá suspender as sessões em 7 de julho, quatro dias antes da cúpula de Vilnius.

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