O presidente da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), Martin J. Gruenberg, informou nesta segunda-feira, 14, que a agência pretende propor a imposição de exigências de emissão de dívidas de longo prazo para bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos.

A medida é parte de um pacote regulatório mais amplo proposto por reguladores americanos como resposta às turbulências bancárias que culminaram na quebra de pelo menos três instituições no primeiro semestre deste ano, entre elas o Silicon Valley Bank (SVB).

Atualmente, as regras mais rígidas se impõem aos bancos maiores, no geral com uma carteira de mais de US$ 700 bilhões sob administração. Essas dívidas de longo prazo funcionam como uma espécie de colchão de capital, que podem ser utilizados em momentos de incertezas.

Segundo Gruenberg, a expectativa é de que as novas normas determinem que os bancos em questão emitam dívida em nível suficiente para que permita a recapitalização. “Embora muitos bancos regionais tenham algumas dívidas pendentes de longo prazo, a nova proposta provavelmente exigirá a emissão de novas dívidas”, afirmou, durante discurso no Brookings Institute.

O instrumento ajuda a mitigar vulnerabilidades no sistema financeiro ao absorver eventuais perdas antes dos depositantes, de acordo com Gruenberg. O dirigente ressaltou ainda que os reguladores estudam ampliar as exigências para incorporação de perdas não realizadas nos cálculos de capitais.

As autoridades avaliam ainda a possibilidade de endurecer as regras para que bancos informem a parcela de depósitos sem seguro sob sua gestão. “Por exemplo, as instruções do examinador do FDIC poderiam estabelecer um limite específico para concentrações de depósitos não segurados, o que exigiria que os examinadores dedicassem atenção de supervisão à concentração”, relata.