Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (5), que chegaram a um acordo com o governo do presidente Nicolás Maduro para a “repatriação direta” de venezuelanos ao seu país.

“Já identificamos as pessoas sob custódia, que serão expulsas rapidamente nos próximos dias”, disse um funcionário americano, que pediu anonimato, em uma coletiva de imprensa por telefone.

“Todas essas pessoas passaram pelo nosso sistema migratório americano e não conseguiram demonstrar que têm uma base legal para permanecer nos Estados Unidos”, acrescentou.

O funcionário não quis entrar em detalhes sobre as negociações com o governo de Maduro, sujeito a sanções de Washington, que considera fraudulenta sua reeleição em 2018.

Em um comunicado, Maduro anunciou que “assinou um acordo” que permite “a repatriação ordenada, segura e legal de cidadãos venezuelanos dos Estados Unidos pelo programa ‘Volta à Pátria'”.

Em relação às sanções americanas, Caracas atribui a migração à “aplicação de medidas coercitivas unilaterais e ao bloqueio” da economia.

Há algum tempo, o governo americano tem se mostrado disposto a levantar progressivamente as sanções financeiras impostas ao país se acordos entre Maduro e a oposição para as eleições do próximo ano forem alcançados.

Washington exige que as eleições, nas quais Maduro disputará um novo mandato, sejam “livres e justas”.

Os venezuelanos constituem grande parte dos migrantes interceptados pela patrulha na fronteira com o México nos últimos meses.

Os Estados Unidos expulsarão os migrantes venezuelanos que chegaram depois de 31 de julho, porque aqueles que entraram antes dessa data podem se beneficiar do amparo migratório que permite que quase meio milhão deles obtenham uma autorização de residência e trabalho por 18 meses.

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