O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (15) o aumento do limite de endividamento federal, o que evitou a ameaça de um default de crédito poucas horas antes do fim do prazo estabelecido pelo Departamento do Tesouro.
Um Senado profundamente dividido votou na terça-feira para aumentar o teto do endividamento em 2,5 trilhões de dólares, enquanto a Câmara de Representantes fez o mesmo durante a madrugada de quarta-feira, o que permite ao governo cumprir com seus pagamentos até o início de 2023.
“Sem correr riscos, sem default na dívida, sem risco de outra recessão: o governo responsável venceu neste tema extremamente importante”, declarou o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.
“O povo americano pode respirar aliviado porque não acontecerá um default”, acrescentou.
O texto aprovado pelas Câmara e o Senado é resultado de vários dias de negociações e foi apresentado poucas horas antes das votações ao Congresso. A previsão é elevar o limite da dívida a pouco mais de 31 trilhões de dólares.
Agora resta apenas a promulgação por parte do presidente Joe Biden para tornar a medida efetiva.
A questão era urgente. Se não aumentasse o teto da dívida até quarta-feira, o governo dos Estados Unidos não poderia honrar os pagamentos aos credores. E esta seria uma situação sem precedentes que deixaria as finanças mundiais em território desconhecido.
– Alívio temporário para Biden –
Os dois partidos consideram que aumentar o limite da dívida é nocivo, mas admitiram que não adotar a medida afundaria a economia americana em uma depressão.
Elevar a capacidade da dívida dos Estados Unidos é normalmente uma formalidade, mas o procedimento virou objeto de negociações complexas no Congresso nos últimos meses.
Os republicanos entendiam que aprovar o aumento seria dar um cheque em branco para o presidente democrata, que acusam de contribuir para uma inflação galopante.
Os democratas alegavam que elevar o teto serviria para pagar dívidas já comprometidas, incluindo bilhões gastos durante a presidência de Donald Trump.
Finalmente, a oposição republicana deu o aval para um procedimento parlamentar complexo que permitiu aos democratas elevar o teto da dívida apenas com os votos do partido.
De fato, as votações seguiram as linhas partidárias: apenas um republicano da Câmara de Representantes votou pelo aumento do limite do endividamento e nenhum no Senado.
A aprovação do novo teto representa um alívio para Biden, que enfrenta outros desafios no Congresso.
O principal deles é seu programa social e ecológico de 1,75 trilhão de dólares, o ‘Build Back Better’, como qual pretende reconstruir infraestruturas e aumentar sua popularidade, mas que está parado há meses nos corredores do Congresso.
O plano, que é objeto de importantes discussões, deve ser aprovado pelo Senado antes do Natal, o que antecipa negociações turbulentas de última hora no Capitólio.