ROMA, 17 FEV (ANSA) – Nos meses que precederam as eleições presidenciais francesas de abril de 2012, os maiores partidos do país e os três principais candidatos à Presidência foram espionados pela CIA, revelou o Wikileaks nesta sexta-feira (17).   

Na época, disputavam o posto o candidato socialista François Hollande, a líder do Frente Nacional, Marine Le Pen, e o então presidente Nicolas Sarkozy, que estava tentando a reeleição. A espionagem também atingiu os ex-candidatos socialistas Martine Aubry e Dominique Strauss Kahn.   

A equipe de Julian Assange divulgou o material como uma “prévia” das novas revelações que o grupo obteve, batizada de “Vault 7 Series”, e que será totalmente revelada “em breve”.   

No comunicado enviado à imprensa, há a notificação de três ordens específicas que colocaram na mira o Partido Socialista, o Frente Nacional e o então partido de Sarkozy, União por um Movimento Popular (UMP), que mais tarde foi dissolvido para criar “Os Republicanos”, atual sigla do ex-mandatário.   

De acordo com o Wikileaks, a agência norte-americana ordenava o recolhimento de informações, entre outras coisas, sobre estratégias eleitorais dos partidos e dos candidatos, o desenvolvimento nas discussões internas, sobre os financiamentos, sobre os programas políticos e econômicos, sobre a relação com outros países europeus e com os EUA.   

Ainda conforme os comandados de Assange, as ordens da CIA eram “classificadas” e “limitadas” apenas aos “olhos norte-americanos” por causa da “sensibilidade dos amigos na relação com amigos”. O objetivo das espionagens era de “apoiar as atividades” da CIA, da seção sobre a União Europeia da Agência de Espionagem de Defesa (DIA) e da seção de Inteligência e busca do Departamento de Estado.   

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A operação, segundo o Wikileaks, durou 10 meses – entre 21 de novembro de 2011 até 29 de setembro de 2012.   

Os documentos obtidos pelo grupo foram publicanos nesta sexta pelos jornais “La Repubblica” e pelos franceses “Libération” e “Mediapart”, a menos de três meses das novas eleições presidenciais francesas, as mais acirradas dos últimos anos.   

(ANSA)


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