Por Dmitry Antonov e John Irish

MOSCOU/PARIS (Reuters) – Os Estados Unidos entregaram respostas por escrito nesta quarta-feira às amplas exigências de segurança russas, um passo importante em meio a um frágil processo diplomático, enquanto a Rússia realiza novos exercícios militares em terra e no mar perto da Ucrânia.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a resposta dos EUA foi entregue pessoalmente pelo embaixador norte-americano em Moscou, John Sullivan.

Washington deixou claro que as exigências russas para que a aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) retire tropas e armas da Europa Oriental e impeça a Ucrânia de se juntar a ela são inúteis. Os EUA dizem que estão prontos para discutir outros tópicos, como controle de armas e medidas de fortalecimento da confiança.

O fato de a Rússia estar preparada ou não para aceitar essa agenda limitada determinará a próxima fase da crise, que tem observado Moscou reunir cerca de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia ao mesmo tempo que nega planos de invasão.

Em Paris, as negociações entre quatro países para tentar colocar fim a um conflito armado envolvendo separatistas no leste da Ucrânia se arrastavam por mais tempo do que o esperado. O conflito é parte de uma crise mais ampla entre Moscou e Kiev que elevou o risco de uma guerra em grande escala.

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Moscou alertou mais cedo nesta quarta-feira que impor sanções pessoais ao presidente Vladimir Putin não o prejudicará, mas será “politicamente destrutivo”, depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que consideraria tal medida caso a Rússia invadisse a Ucrânia.

Biden disse na terça-feira que sanções pessoais contra Putin, embora uma medida rara, podem ser consideradas como parte de um esforço conjunto de Washington e seus aliados para convencer Moscou de que qualquer nova agressão contra a Ucrânia trará custos rápidos e pesados.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os parlamentares norte-americanos que discutem sanções pessoais contra os principais líderes da Rússia ignoram o fato de que autoridades russas estão legalmente impedidas de manter contas bancárias, propriedades e ativos no exterior.

Sanções individuais contra Putin “não seriam dolorosas, (mas) politicamente destrutivas”, disse Peskov, que já havia dito anteriormente que tais medidas significariam um rompimento das relações diplomáticas.

(Reportagem adicional das redações da Reuters)

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