EUA entram no conflito ao lado de Israel e atacam instalações nucleares do Irã

Nove dias após início da campanha militar israelense, Trump anuncia que aviões dos EUA "obliteraram" três instalações nucleares iranianas e ameaça Teerã com mais ataques se regime não aceitar imposição de um acordo.

EUA entram no conflito ao lado de Israel e atacam instalações nucleares do Irã

Os Estados Unidos entraram diretamente no conflito entre Israel e o Irã, marcando uma nova escalada na região nove dias após o início da campanha militar israelense. Segundo anunciou o presidente americano Donald Trump, bombardeios dos EUA destruíram nas últimas horas três instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo subterrâneo de Fordo, que representava um desafio estratégico para os israelenses.

“Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido às três instalações nucleares do Irã, incluindo Fordo, Natanz e Esfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo do Irã. Uma carga completa de bombas foi lançada no local principal, Fordo. Todos os aviões estão a caminho de casa em segurança. Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que poderia ter feito isso”, escreveu Trump na rede Truth Social na noite de sábado, 21, no horário de Washington; madrugada de 22/06 no Irã).

+ Irã diz que EUA decidiram ‘explodir’ diplomacia com ataques

Em um breve pronunciamento na Casa Branca, Trump também pressionou os iranianos a aceitarem um novo acordo para limitar seu programa nuclear. “O Irã, o tirano do Oriente Médio, deve buscar a paz agora”, disse Trump.

“Se não o fizer, os ataques futuros serão muito maiores e muito mais fáceis”, acrescentou Trump, que estava acompanhado no pronunciamento pelo vice-presidente J.D. Vance, pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, e pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

Esta é a primeira grande ação militar direta dos EUA contra alvos do Irã em quase quatro décadas. Antigos aliados até os anos 1970, os dois países se tornaram inimigos a partir de 1979, quando o Irã se converteu em um regime fundamentalista islâmico. Nos anos 1980, os EUA chegaram a atacar navios de guerra e plataformas de petróleo iranianas, mas nunca haviam lançado diretamente uma ampla ação militar contra alvos em solo.

Os israelenses, que lançaram sua campanha militar contra o Irã na semana passada, sob a justificativa que o regime de Teerã estaria desenvolvendo armas atômicas, afirmaram que estavam “coordenando completamente” os novos ataques com os EUA.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que pressionava Trump a se envolver diretamente no conflito, também agradeceu e parabenizou o presidente americano. “Sua decisão ousada de atacar as instalações nucleares do Irã com a força impressionante e virtuosa dos Estados Unidos mudará a história”, disse Netanyahu em uma mensagem dirigida a Trump.

Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, alertou em um post na rede X que os ataques dos EUA “terão consequências duradouras” e que Teerã “se reserva todas as opções” para retaliar. Horas após o anúncio do ataque, mísseis iranianos atingiram áreas no norte e no centro de Israel, de acordo com a imprensa do país.

Nas horas seguintes ao ataque, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU disse no que não detectou nenhum aumento nos níveis de radiação nas principais instalações nucleares do Irã.

“Após os ataques a três instalações nucleares no Irã (…) a AIEA pode confirmar que nenhum aumento nos níveis de radiação fora do local foi relatado até o momento”, publicou o órgão de inspeção nuclear na rede X.