A Rússia confirmou nesta terça-feira que retomará neste mês as negociações com os Estados Unidos sobre a prorrogação do acordo sobre armas nucleares, mas advertiu que a insistência de Washington para incluir a China poderá frustrar este esforço.

O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, irá se reunir no próximo dia 22, em Viena, com o enviado americano, para retomar as negociações do tratado, chamado Novo Start, que irá expirar em fevereiro.

O presidente Donald Trump retirou-se de vários acordos internacionais, mas disse ter interesse especial em manter o Novo Start, que obriga Rússia e Estados Unidos a reduzirem à metade seus inventários de lançadores de mísseis estratégicos. Mas Washington considera que o sucessor do Novo Start deve incluir a China, cujo arsenal nuclear está aumentando, embora siga sendo consideravelmente menor que os de Rússia e Estados Unidos.

“Minha resposta a uma pergunta direta sobre se achamos que seria possível incluir a China seria um contundente não”, afirmou Ryabkov durante uma videoconferência do instituto Conselho de Relações Internacionais. O funcionário indicou que Moscou não se opõe a que a China tenha um papel, mas assinalou que Pequim deve concordar. China e Rússia são aliadas, apesar das complicações que as distanciaram ao longo da História.

Ryabkov sugeriu, em contrapartida, que Grã-Bretanha e França, aliadas dos Estados Unidos e possuidoras de armas nucleares, deveriam estar na mesa de negociação. “A lógica é muito simples. Quanto maior for a quantidade reduzida, mais alto será o preço por ogiva, e não podemos simplesmente ignorar a capacidade de alguns outros”, explicou.

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