16/04/2021 - 3:58
O presidente americano, Joe Biden, recebe o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, nesta sexta-feira (16), para a primeira cúpula presencial de seu mandato, na qual ambos devem anunciar uma iniciativa de US$ 2 bilhões para a tecnologia 5G em um esforço conjunto para competir com a China.
A decisão de Biden de ter o primeiro-ministro japonês como seu primeiro convidado da Casa Branca e a tão esperada visita do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em maio, reflete a prioridade do presidente democrata de renovar alianças dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, mira em uma ambiciosa China como o maior desafio internacional do país.
Um funcionário de alto escalão dos EUA disse que o Japão, líder em tecnologia, anunciará um “compromisso muito substancial” de US$ 2 bilhões em conjunto com os Estados Unidos “para trabalhar no 5G e nos próximos passos”.
A empresa chinesa de telecomunicações Huawei assumiu a liderança na Internet de quinta geração, que está se tornando uma parte cada vez mais crucial da economia global. Enfrenta, nesta corrida, a forte pressão dos Estados Unidos, acusada por Washington de ser uma ameaça para a segurança e a privacidade no mundo democrático.
A mesma fonte disse que Biden também conversará com Suga sobre suas metas em relação ao clima, no momento em que os Estados Unidos se preparam para sediar uma cúpula virtual sobre mudança climática na próxima semana.
Além disso, também discutirão as crescentes tensões em Taiwan, após as denúncias de Taipei da crescente penetração de seu espaço aéreo por parte de Pequim.
“Nenhum país busca elevar as tensões, ou provocar a China, mas, ao mesmo tempo, tentamos enviar um sinal claro de que alguns passos que a China está tomando são contrários à missão de manter a paz e a estabilidade”, completou o funcionário do governo americano.
Embora tenha sido uma coincidência, esta fonte disse ser apropriado que a visita de Suga aconteça dois dias depois de Biden anunciar a retirada completa da presença militar dos EUA no Afeganistão, após 20 anos de guerra.
A retirada “vai liberar tempo, atenção e recursos da liderança [política] e dos nossos militares para se concentrarem no que acreditamos serem os desafios fundamentais do século XXI e que estão no Indo-Pacífico”, explicou.
“Os Estados Unidos podem ser efetivos na Ásia apenas quando a relação com o Japão é forte, e o Japão é firme e estável”, disse ele.
O presidente deve receber Suga para conversas privadas e reunião de seus respectivos gabinetes, antes de abrir o encontro para perguntas em entrevista coletiva conjunta.