WASHINGTON, 8 MAR (ANSA) – Em campos opostos na disputa por influência no Oriente Médio, tanto os Estados Unidos quanto o Irã elogiaram nesta segunda-feira (8) a visita do papa Francisco ao Iraque, que recebeu um pontífice pela primeira vez na história.   

Jorge Bergoglio viajou ao país em meio às tensões entre Washington e Teerã, que frequentemente usam o território iraquiano como palco de suas disputas.   

“A visita do papa Francisco foi uma histórica e bem-vinda primeira vez para o país. Ela enviou uma importante mensagem, assim como o próprio papa Francisco disse, que ‘a fraternidade é mais resistente que o fratricídio, que a esperança é mais poderosa que a morte, que a paz é mais poderosa que a guerra”, afirmou o presidente dos EUA, Joe Biden, em uma nota divulgada pela Casa Branca.   

Há apenas 10 dias, o mandatário americano ordenou um bombardeio na Síria contra milícias pró-Irã que operam perto da fronteira com o Iraque. Pouco depois, foguetes de fabricação iraniana atingiram uma base usada pelos EUA em solo iraquiano.   

“Ver o papa Francisco visitar antigos lugares cristãos, incluindo o local de nascimento bíblico de Abraão, passar tempo com o grã-aiatolá Ali al-Sistani em Najaf e orar em Mosul – cidade que apenas alguns anos atrás suportou a depravação e a intolerância do Estado Islâmico – é um símbolo de esperança para o mundo inteiro”, acrescentou Biden.   

Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, disse que a visita de Jorge Bergoglio ao Iraque foi “muito positiva e importante”. “Seu encontro com a alta autoridade religiosa do Iraque, o aiatolá Sistani, mostrou de seu modo o diálogo inter-religioso e a aproximação entre as religiões”, declarou.   

Francisco ficou três dias no Iraque e visitou cidades devastadas pelo Estado Islâmico, como Mosul e Qaraqosh, além de condenar as guerras por motivos religiosos, a opressão e o terrorismo.   

(ANSA).