Os Estados Unidos e a Austrália declaram nesta terça-feira (28) a ampliação de uma cooperação militar, em resposta à crescente tensão com a China, e prometeram uma frente comum entre os aliados.
Após dois dias de conversas em Washington, as ministras das Relações Exteriores e da Defesa da Austrália ofereceram um claro, embora moderado, apoio à linha dura adotada pelo governo americano de Donald Trump contra a China.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, comemorou a participação na semana passada de cinco navios de guerra australianos em exercícios navais com um grupo de ataque de porta-aviões americanos e um destróier japonês.
“Estes exercícios não só reforçam a interoperabilidade, mas também enviam uma mensagem clara a Pequim de que voaremos, navegaremos e operaremos onde o direito internacional permitir e defenderemos os direitos de nossos aliados e parceiros”, declarou Esper em coletiva de imprensa conjunta.
A ministra da Defesa australiana, Linda Reynolds, afirmou concordar com o fortalecimento dos laços com os Estados Unidos em diversas áreas, incluindo o combate hipersônico, eletrônico e espacial.
A cooperação “fortalecerá nossa habilidade compartilhada para contribuir à segurança regional e dissuadir uma conduta maligna em nossa região”, enfatizou.
No ano passado, a Austrália se recusou a servir de base para mísseis de alcance intermediário dos Estados Unidos, o que foi considerado na época uma tentativa de provocação dos americanos contra a China.
Ao ser questionado em relação a uma possível mudança de postura da Austrália sobre o tema, Esper afirmou que os aliados têm “um conjunto completo de capacidades e estratégias que pretendemos implementar juntos nos próximos anos”.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, defendeu uma postura dura contra a China, questionando a política adotada pelos Estados Unidos nos últimos 50 anos, e clamou por uma aliança para fazer frente a uma Pequim “Frankenstein”.
Embora a Austrália dependa em grande parte do comércio com a China, o governo de direita do primeiro-ministro Scott Morrison tem apoiado publicamente os Estados Unidos.
A Austrália, que lutou ao lado dos Estados Unidos em todos os conflitos importantes desde a Primeira Guerra Mundial, respaldou os pedidos de Washington para uma investigação internacional sobre as origens do novo coronavírus e se uniu a Pompeo para rejeitar as reivindicações de Pequim no Mar da China Meridional.
Enquanto Estados Unidos e Austrália conversavam, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, acusou Washington de realizar “uma imprudente provocação ao confronto”, em chamada telefônica para o homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.
Pequim também afirmou que as conversas em Washington não deveriam “ferir os interesses de terceiros”.