Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pediram nesta sexta-feira (7) a retomada imediata das conversas entre as partes no Afeganistão e condenaram o Talibã por realizar ataques generalizados quando forças estrangeiras estão deixando o país.

Representantes de Washington, da UE, da OTAN e outros países europeus se reuniram em Berlim na quinta-feira, quando os Estados Unidos e forças de outros países começaram sua retirada.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a retirada será concluída em 11 de setembro, vigésimo aniversário dos ataques que desencadearam a invasão americana ao Afeganistão.

A reunião de Berlim concluiu com uma declaração que “solicitou a retomada imediata, sem condições prévias, de negociações substantivas sobre o futuro do Afeganistão”.

As negociações devem levar a “posicionamentos de compromisso sobre a divisão do poder que podem levar a um governo inclusivo e legítimo”.

“O processo de retirada das tropas não deve servir como desculpa para o Talibã suspender o processo de paz”, acrescentou.

O governo de Cabul e o Talibã iniciaram negociações sem precedentes no Catar em setembro, mas têm lutado para seguir em frente.

A Turquia estava programada para realizar uma conferência sobre o Afeganistão no final de abril, mas foi adiada indefinidamente porque o Talibã se recusou a comparecer.

Os extremistas protestavam contra o atraso na retirada dos EUA, que o ex-presidente Donald Trump havia inicialmente marcado para 1º de maio.

Desde que as tropas estrangeiras começaram a se retirar do Afeganistão, as forças do governo e o Talibã se envolveram em combates, especialmente na província de Helmand.

A declaração emitida após as negociações de Berlim “condena veementemente a violência contínua no Afeganistão, pela qual o Taleban é amplamente responsável”.

Ele também pediu ao Talibã que “detenha sua ofensiva”.

“Qualquer ataque do talibãs às nossas tropas durante este período terá uma resposta contundente”, disse o comunicado.