Os Estados Unidos evitaram criticar Israel pela morte de um grupo de jornalistas da rede Al Jazeera durante um ataque no domingo na Faixa de Gaza e informaram que remeteram as perguntas sobre o tema ao seu aliado nesta terça-feira (12).
O Exército israelense afirma que Anas al Sharif, uma figura proeminente da rede do Catar, liderava uma “célula terrorista” do movimento islamista Hamas e era “responsável por promover ataques com foguetes” contra israelenses.
Sharif trabalhou no início de sua carreira em um escritório de comunicação do Hamas, onde divulgava eventos organizados por esse grupo que governa a Faixa de Gaza desde 2006.
“O que direi a vocês é remetemos [os questionamentos] a Israel para obter informações sobre al Sharif”, disse à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
“São eles quem têm as provas”, afirmou. Ela garantiu que respeita os jornalistas em zonas de guerra, mas advertiu que os membros do Hamas “se integraram na sociedade, até mesmo disfarçando-se de jornalistas”.
“É algo terrível para aqueles que se dedicam a buscar informação para o público”, acrescentou Bruce.
Governos europeus e árabes, as Nações Unidas e grupos defensores da imprensa expressaram sua indignação por essas mortes.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, pediu a Israel que apresente “provas claras” de suas acusações “respeitando o estado de direito, a fim de evitar que os jornalistas se tornem alvos”.
A Al Jazeera informou que seu correspondente Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher e Mohammed Noufal também morreram no ataque que atingiu uma tenda para jornalistas instalada diante da entrada principal do Hospital Al-Shifa.
No ataque de domingo, também morreram os jornalistas independentes Moamen Aliwa Mohammed e Al Khaldiun, segundo o diretor do hospital Al Shifa e a Al Jazeera.
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