Ruanda e República Democrática do Congo prometeram reduzir as tensões e respeitar o acordo de paz firmado em junho, que não interrompeu a violência no terreno, anunciaram fontes diplomáticas americanas nesta sexta-feira (7).
O leste da República Democrática do Congo, uma região fronteiriça com Ruanda e rica em recursos naturais, é cenário de um conflito armado há três décadas.
A violência escalou desde janeiro com a tomada das grandes cidades congolesas de Goma e Bukavu pelo grupo armado M23, apoiado por Ruanda.
Os dois países haviam chegado a um acordo de paz no fim de junho em Washington, e as autoridades congolesas e o M23 firmaram em julho em Doha, no Catar, uma declaração de princípios a favor de um “cessar-fogo permanente”.
Mas os ataques têm persistido e o presidente congolês Felix Tshisekedi acusou Ruanda recentemente de querer anexar o leste da República Democrática do Congo.
Contudo, o presidente Donald Trump tem-se gabado repetidamente sobre o acordo entre Kigali e Kinshasa – contando o conflito como uma das muitas guerras que conseguiu encerrar – e afirma que o pacto abre caminho para que os Estados Unidos assegurem o fornecimento de minerais críticos para tecnologia avançada.
Em uma reunião em Washington, as partes “reconheceram o progresso lento e se comprometeram a redobrar os esforços para implementar o acordo de paz de Washington”, diz um comunicado conjunto emitido pelo Departamento de Estado americano.
Um dos pontos do acordo inclui o pedido de Ruanda para que seu vizinho neutralize as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), um grupo armado fundado por antigos líderes hutus ruandeses responsáveis pelo genocídio dos tutsis em 1994, que Kigali considera uma “ameaça existencial”.
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