Um engenheiro de software chinês foi detido, nesta quarta-feira (6), por roubar tecnologia de inteligência artificial (IA) do Google enquanto trabalhava em sigilo para duas empresas da China, informou o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland.

Linwei Ding, de 38 anos, também conhecido como Leon Ding, é alvo de quatro acusações de roubo de segredos comerciais, detalhou Garland em um comunicado.

Ele acrescentou que “o Departamento de Justiça não vai tolerar o roubo de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas que poderiam pôr em risco nossa segurança nacional”, disse o procurador-geral no texto.

“Alegamos que o acusado roubou segredos comerciais relacionados com a inteligência artificial do Google enquanto trabalhava em sigilo para duas empresas sediadas na China. Vamos proteger ferozmente as tecnologias sensíveis desenvolvidas nos Estados Unidos para que não caiam nas mãos de quem não deveria tê-las”, acrescentou.

Segundo a acusação, emitida na terça-feira e conhecida publicamente nesta quarta, o Google contratou Ding em 2019 como engenheiro de computação e desde maio de 2022, ele teria começado a baixar sigilosamente segredos comerciais armazenados na rede do Google para copiá-los para sua conta pessoal do Google Cloud.

“Temos regras estritas para evitar o roubo da nossa informação comercial confidencial e segredos comerciais. Após uma investigação, descobrimos que este funcionário tinha roubado numerosos documentos e denunciamos rapidamente este assunto às autoridades legais”, disse à AFP José Castañeda, porta-voz do Google.

No total, o engenheiro teria salvo na nuvem cerca de 500 arquivos únicos com informação confidencial.

“Estas acusações são o exemplo mais recente de até onde podem chegar os afiliados a empresas com sede na República Popular da China para roubar inovações americanas”, disse o diretor do FBI, Christopher Wray, citado no texto.

O engenheiro é alvo de quatro acusações de roubo de segredos industriais, cada uma com pena máxima prevista de dez anos de prisão e multa de 250.000 dólares (R$ 1,23 milhão), segundo o Departamento de Justiça.

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