O Departamento de Justiça americano anunciou nesta terça-feira (14) que decidirá rapidamente sobre a nomeação de um procurador especial para investigar a ex-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton por uma polêmica venda de urânio para a Rússia durante o governo de Barack Obama.

A revelação da decisão, explicada em uma carta a legisladores, coincide com o depoimento nesta terça ante uma comissão do Congresso do secretário de Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, sobre os supostos contatos da equipe de campanha de Donald Trump e a Rússia durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos.

Sessions prometeu aos membros da comissão de Assuntos Judiciais da Câmara de Representantes uma rápida decisão sobre a eventual nomeação de um procurador especial para investigar Hillary, e assegurou que a avaliação será feita “sem influências políticas”.

“Podem estar certos de que será feito sem influências políticas, de forma correta e apropriada”, disse.

Mas os democratas asseguram que qualquer decisão desse tipo representaria uma politização inaceitável do sistema judiciário do país.

“Se o procurador-geral se deixa pressionar pelo presidente Trump e seus aliados e escolhe um conselheiro especial para investigar a rival de Trump, poderia significar o fim do Departamento de Justiça como uma instituição independente”, disse o representante democrata Adam Schiff.

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A solicitação de líderes republicanos e do próprio Trump de investigar Hillary Clinton e a venda de uma empresa de urânio para a Rússia durante a presidência de Obama é vista como um contra-ataque republicano.

Segundo a carta aos legisladores, entregue na segunda-feira, Sessions ordenou que procuradores de alto escalão avaliassem a venda da mineradora e “as supostas negociações ilegais relacionadas com a Fundação Clinton e outros assuntos”.

Os procuradores determinarão se existem assuntos que devem ser investigados, se uma averiguação em curso precisa de mais recursos, ou se há assuntos que requerem a nomeação de um procurador especial, indicou o texto assinado pelo procurador-geral adjunto, Stephen Boyd.

Congressistas republicanos investigam a venda em 2010 da mineradora canadense Uranium One para a estatal russa Rosatom, enquanto Hillary era chefe da diplomacia de Obama.

Essa venda outorgou a Rosatom 20% das reservas americanas de urânio e foi decidida depois que a Uranium One fez várias doações para a Clinton Foundation, do ex-presidente Bill Clinton.


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