Os Estados Unidos criticaram, nesta quinta-feira (22), a “escalada” da China em “seus esforços de intimidação” no mar da China meridional, em especial contra o Vietnã.

A China voltou a enviar um navio de reconhecimento do governo, com escolta armada, para as águas em frente ao Vietnã, no início deste mês, afirmou Washington.

Hanói garante que essas águas são parte de sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

O movimento pode reiniciar as disputas entre Pequim e Hanói pelos direitos do mar da China meridional, muito rico em recursos. Outros países do Sudeste Asiático também reivindicam parte dessas águas.

“Os Estados Unidos estão muito preocupados, porque a China continua sua interferência nas atividades de petróleo e gás do Vietnã em sua zona econômica exclusiva”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.

A porta-voz também classificou o envio do navio de reconhecimento como “uma escalada de Pequim em seus esforços para intimidar outros demandantes para que não desenvolvam recursos no mar da China meridional”.

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“Isso põe em dúvida o compromisso da China com a resolução pacífica das disputas marítimas”, acrescentou.

A China considera que sua presença na área é anterior à dos demais países, como Vietnã, Filipinas, Malásia e Brunei, e afirma sua soberania sobre algumas ilhas em disputa.

O mar da China meridional também abriga rotas de envio que são cruciais para o comércio marítimo mundial.

Os Estados Unidos criticam, com frequência, a militarização chinesa destas águas, alegando que é uma forma de estabelecer seu domínio.

Ortagus afirmou que, “nas últimas semanas, a China tomou uma série de medidas agressivas para interferir nas atividades econômicas consolidadas” dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Os Estados Unidos consideram que estas ações tentam “coagir” os países para que “rejeitem as associações com empresas estrangeiras de petróleo e gás e trabalhem apenas com as empresas estatais chinesas”.

“As ações da China minam a paz e a segurança regionais, impõem custos econômicos aos Estados do Sudeste Asiático e demonstram o desprezo da China pelos direitos dos países a empreender atividades econômicas em sua ZEE”, disse Ortagus, advertindo a China para que não tente interferir nos possíveis acordos com empresas americanas.

Em um tuíte publicado na terça-feira, o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, acusou a China de usar “táticas de intimidação”. Para Bolton, são esforços “perturbadores”.


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