Os Estados Unidos vão encerrar a assistência militar fornecida aos países europeus geograficamente próximos da Rússia, em um contexto de pressão sobre o continente para assumir um papel mais significativo em sua própria defesa, confirmou um funcionário de um desses países nesta sexta-feira (5).
“Na semana passada, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou aos países que, a partir do próximo exercício financeiro, o financiamento será reduzido a zero”, declarou à imprensa o diretor de política de defesa do Ministério da Defesa da Lituânia, Vaidotas Urbelis.
A decisão ocorre enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta mediar para pôr fim à invasão russa da Ucrânia, que já dura três anos e meio.
Urbelis confirmou as informações publicadas nos jornais The Washington Post e Financial Times, que citam funcionários anônimos afirmando que a medida faz parte dos esforços de Trump para reduzir os gastos dos Estados Unidos no exterior.
Segundo o The Washington Post, os cortes chegam a centenas de milhões de dólares.
No caso da Lituânia, os cortes afetariam “a compra de armas e outros equipamentos americanos, bem como treinamento”, mas não “a presença de tropas americanas na região”, que é financiada por uma alocação orçamentária distinta, afirmou Urbelis.
Há muito tempo, Trump se mostra cético tanto em relação aos gastos de defesa dos Estados Unidos na Europa quanto à ajuda para a Ucrânia, e pressiona alguns dos aliados mais próximos de Washington para que desempenhem um papel mais importante em ambos os aspectos.
O ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, declarou ao jornal Postimees que considera a medida dos Estados Unidos “especialmente simbólica, em um sentido negativo”.
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