O secretário americano da Defesa, Ashton Carter, condenou nesta quinta-feira (20) o último teste de míssil da Coreia do Norte e voltou a prometer uma resposta “esmagadora” se Pyongyang usar armas nucleares.

“Condenamos firmemente o teste realizado ontem à noite, o qual, inclusive ao falhar, violou várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, disse Carter em entrevista coletiva ao lado do ministro sul-coreano da Defesa, Han Min-Koo.

Carter repetiu a promessa que fez ontem, em Washington, com o secretário de Estado, John Kerry, antes do mais recente teste de míssil.

“Não vamos nos enganar: qualquer ataque aos Estados Unidos, ou aos nossos aliados, não apenas será frustrado, mas que o uso de qualquer arma nuclear receberá uma resposta esmagadora e efetiva”, completou.

Kerry disse ontem que, assim que for possível, os Estados Unidos instalarão um escudo antimísseis na Coreia do Sul, apesar da oposição da China.

Washington vê a construção do sistema THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) como uma proteção contra o desenvolvimento de mísseis e tecnologia nuclear da Coreia do Norte.

O míssil testado, um Musudan, explodiu logo após o lançamento, segundo o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Trata-se do segundo teste frustrado de um Musudam em menos de uma semana.

O Musudan é um míssil de fabricação norte-coreana, apresentado pela primeira vez em outubro de 2010, com alcance de entre 2.500 e 4.000 km, capaz de atingir alvos na Coreia do Sul, no Japão e na ilha de Guam, onde há bases militares americanas.

Em 2016 a Coreia realizou oito testes com o Musudan e apenas um teve sucesso, em junho, quando o míssil percorreu 400 km e caiu no Mar do Japão.

O tiro de junho foi elogiado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, como um sucesso absoluto e prova da capacidade da Coreia do Norte para atacar bases americanas no Pacífico.

Analistas militares americanos acreditam que um teste bem sucedido do Musudan ajudaria a Coreia do Norte a desenvolver um míssil balístico intercontinental.

“Se continuarem neste ritmo, o míssil (…) poderá estar operacional no próximo ano, muito antes do que pensávamos”, escreveu recentemente John Schilling, engenheiro aeroespacial, no site 38 North do Instituto Coreano-Americano da Universidade John Hopkins.

A multiplicação dos testes expõe a Coreia do Norte a acumular fracassos, mas também permite aprender com os erros, destacou o especialista.

Após o quarto teste nuclear do país, em janeiro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou as sanções mais duras já aplicadas contra Pyongyang, em particular contra as exportações de mineração e com um reforço das restrições bancárias.

O Conselho de Segurança discute atualmente sanções contra a indústria nuclear e balística norte-coreana.