Legisladores de todo espectro político dos Estados Unidos reagiram positivamente ao anúncio feito pelo presidente Donald Trump em que reconhece Jerusalém como a capital de Israel. Alguns, entretanto, alertaram que a decisão deve inflamar as tensões e travar os esforços de paz.
Vários democratas e republicanos de Trump saudaram a decisão, considerada tardia.
“Jerusalém foi, e sempre será, a eterna e indivisível capital do Estado de Israel”, afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, em um comunicado.
“O anúncio de hoje é um reconhecimento da realidade que de modo algum inibe os esforços para alcançar uma paz duradoura entre israelenses e palestinos”, acrescentou.
No Senado, o presidente do Comitê de Relações Exteriores, Bob Corker – um crítico republicano de Trump – aplaudiu a decisão do presidente, assim como o democrata Ben Cardin.
“Jerusalém é a capital do Estado de Israel e a localização da embaixada dos EUA deve refletir esse fato”, disse Cardin, acrescentando que “no futuro, é fundamental que todos os grupos religiosos e étnicos continuem a ter acesso a Jerusalém”.
Com o anúncio, Trump cumpre uma promessa de campanha, elogiada pelos eleitores evangélicos cristãos e judeus de direita.
Mas também coloca Washington no centro de uma disputa de décadas dessa cidade considerada sagrada por judeus, muçulmanos e cristãos.
Com a decisão, Trump pareceu ignorar as advertências de aliados dos EUA e de lideranças de todo o Oriente Médio.
Enquanto o democrata Steny Hoyer, um firme defensor de Israel, disse que Jerusalém, como capital do Estado judeu, é “um fato da história que não pode ser negado”, o líder do partido ofereceu palavras de advertência.
“Jerusalém é a eterna capital da pátria judaica”, afirmou Nancy Pelosi, líder da minoria da casa.
“Mas, na ausência de um acordo negociado entre Israel e os palestinos, trasladar a embaixada dos EUA para Jerusalém agora pode desencadear inutilmente protestos em massa, atrapalhar tensões e tornar mais difícil alcançar uma paz duradoura”.
A “Lei da Embaixada de Jerusalém” (Jerusalem Embassy Act), que prevê a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, foi aprovada com folga pelo Congresso em 1995, durante a presidência do democrata Bill Clinton.
Mas Clinton e todos os seus sucessores até Trump assinaram a cada seis meses uma medida que suspende a lei com base em interesses de segurança nacional.