Os Estados Unidos relataram seu primeiro caso humano grave de gripe aviária nesta quarta-feira, em um morador da Louisiana que está hospitalizado em estado grave após suspeita de contato com um animal doméstico infectado.
A gripe aviária H5N1 ainda representa um baixo risco para o público em geral, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).
O CDC confirmou 61 casos humanos desde abril, a maioria em trabalhadores de fazendas de laticínios onde o vírus infectou o rebanho. Trabalhadores abatendo aves infectadas também testaram positivo.
O paciente da Louisiana está em estado grave e sofre de doença respiratória grave, segundo um comunicado do Departamento de Saúde da Louisiana. O departamento informou que a pessoa tem condições médicas subjacentes e mais de 65 anos de idade, o que coloca o paciente em maior risco.
O caso é o primeiro a ser vinculado a aves domésticas não comerciais de quintal, disse Demetre Daskalakis, diretor do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias do CDC, em uma ligação com repórteres.
O CDC afirmou que um caso esporádico de doença grave em uma pessoa com gripe aviária H5N1 não é inesperado porque esses casos ocorreram em outros países em 2024 e em anos anteriores, incluindo casos que levaram à morte.
“Os casos leves que vimos nos Estados Unidos refletem, em grande parte, que muitos dos indivíduos estão sendo infectados por vacas leiteiras, o que é muito diferente de serem infectados por aves infectadas”, disse Amesh Adalja, pesquisador sênior do Johns Hopkins Center for Health Security.
“Se você observar o genótipo desse paciente na Louisiana, não era a cepa do gado. Era uma cepa de ave selvagem”.
O CDC disse que dados parciais do genoma viral do paciente infectado mostram que o vírus pertence ao genótipo D1.1, detectado recentemente em aves selvagens e aves domésticas nos Estados Unidos e em casos humanos recentes na Colúmbia Britânica, no Canadá, e no Estado de Washington.
Esse genótipo do vírus é diferente do genótipo B3.13 detectado em vacas leiteiras, em casos humanos em vários Estados e em alguns surtos de aves no país, segundo o CDC.
A gripe aviária infectou mais de 860 rebanhos leiteiros em 16 Estados desde março e matou 123 milhões de aves desde o início do surto em 2022.
Não há evidências de que os rebanhos leiteiros estejam sendo reinfectados depois de terem eliminado o vírus, disse o subsecretário adjunto do Departamento de Agricultura dos EUA, Eric Deeble, na ligação com a imprensa. A agência inscreveu 13 Estados em seu recém-lançado plano nacional de testes de gripe aviária em leite a granel, representando quase metade do suprimento de leite do país, disse Deeble.