A seleção dos Estados Unidos vai ao Catar com sua nova coleção de promessas liderada por Christian Pulisic (Chelsea) em busca de um resultado que lhe permita sonhar mais alto na Copa do Mundo de 2026, da qual o país será anfitrião ao lado de Canadá e México.

O time americano, um dos mais jovens do Mundial, tem pela frente um complicado Grupo B, no qual medirá forças com País de Gales, Inglaterra e Irã.

O caminho até o Catar não foi fácil para uma equipe inexperiente e traumatizada por não ter conseguido se classificar para a Copa de 2018, a primeira ausência desde 1986.

O ‘Team USA’, que em 2021 conquistou os títulos da Liga das Nações da Concacaf e a Copa Ouro, fez uma campanha irregular nas eliminatórias para o Mundial, nas quais garantiu a duras penas a terceira e última vaga direta regional.

Ainda assim, a equipe conseguiu rodagem para seus jogadores jovens que já se destacam em grandes ligas europeias e devem formar a base para 2026.

Além de Pulisic, se destacam o lateral Sergiño Dest (Milan), os volantes Weston McKennie (Juventus) e Yunus Musah (Valencia), o meia Gio Reyna (Borussia Dortmund) e o atacante Tim Weah (Lille), filho do lendário ex-jogador e atual presidente da Libéria, George Weah, todos eles entre 19 e 24 anos.

Sabemos que somos um time jovem. Temos muita energia, muita felicidade de estar aqui, mas obviamente queremos mais. Queremos competir para ganhar um Mundial e estamos prontos para o que vier”, declarou à AFP o atacante Jesús Ferreira, um dos artilheiros da MLS com 18 gols.

“Queremos mostrar às pessoas que dizem que somos muito jovens que a idade não importa, que podemos jogar contra qualquer um”, ressaltou Ferreira, que nasceu em Santa Marta (Colômbia) e chegou aos EUA ainda criança seguindo os passos de seu pai, o ex-jogador David Ferreira.

Nas sete Copas disputadas desde 1990, o time americano chegou às oitavas de final como anfitrião em 1994 e nas edições de 2010 e 2014, além de alcançar as quartas em 2002.

– Dúvidas no time titular –

Gregg Berhalter, um ex-zagueiro que foi nomeado treinador após o fracasso nas eliminatórias para 2018, vem montando um time titular que tem poucas peças a definir, mas em posições muito importantes.

Além do companheiro de Walker Zimmerman (Nashville) na zaga, a grande incógnita continua sendo nome para ser o centroavante, já que vários candidatos se alternaram na função, como o próprio Ferreira, de 21 anos, e Ricardo Pepi (Groningen), de 19.

Nas outras posições do ataque, Berhalter confia no potencial de Pulisic e Reyna, seus dois maiores talentos ofensivos.

Esta conexão, no entanto, só pôde ser testada poucas vezes nas eliminatórias por conta das constantes lesões do habilidoso jogador do Dortmund, filho do ex-meia Claudio Reyna.

– O ‘Capitão América’ –

De toda a nova geração americana, Christian Pulisic é quem conta com maior experiência na Europa, onde chegou com apenas 16 anos para integrar as categorias de base do Borussia Dortmund.

Foram quatro temporadas no clube alemão, nas quais se tornou uma das promessas do futebol europeu, o que levou o Chelsea a pagar 70 milhões de euros para contratá-lo em 2019.

Em sua primeira temporada no time londrino, brilhou com nove gols e seis assistências em 25 jogos, mas na seguinte seu rendimento caiu, o que o fez perder espaço no time titular com a chegada do técnico Thomas Tuchel.

Na da Liga dos Campeões de 2021, Pulisic participou de momentos cruciais, como o gol e a assistência nas seminais contra o Real Madrid. Na final contra o Manchester City, na qual começou como reserva, se tornou o primeiro americano a conquistar o grande título europeu.

Em uma semana mágica, o atacante de grande mobilidade e boa finalização disputou também a primeira final da Liga das Nações da Concacaf e marcou o gol do título contra o México.

Na atual temporada, a demissão de Tuchel não devolveu a titularidade Pulisic, que com a seleção soma 21 gols e dez assistências em 52 jogos.

Aos 24 anos, o atacante se sente no momento ideal para se firmar na grande vitrine que é a Copa do Mundo.

“Obviamente todo jogador que jogar todos os minutos possíveis, especialmente com um Mundial se aproximando, mas o time confia nele”, disse Ferreira. “É um jogador com muitas habilidades e creio que isso (a reserva no Chelsea) não o afeta. Ele é o nosso capitão e vamos apoiá-lo o quanto pudermos”.

gbv/ol/cb