EUA bloqueiam comunicado russo na ONU que condena uso de mercenários na Venezuela

EUA bloqueiam comunicado russo na ONU que condena uso de mercenários na Venezuela

Os Estados Unidos bloquearam nesta quarta-feira um comunicado de imprensa proposto pela Rússia ao Conselho de Segurança da ONU que condena o uso da força e de mercenários na Venezuela, depois que Caracas anunciou ter frustrado uma tentativa de invasão.

A crise política no país sul-americano voltou a fazer com que se enfrentassem, pela terceira vez no mês, EUA e Rússia na ONU. Os dois países trocaram acusações com resquícios da Guerra Fria.

“Convocamos todos os participantes da discussão de hoje a condenar de forma inequívoca a tentativa de invasão do território soberano da Venezuela” liderada por Estados Unidos e Colômbia, disse o vice-embaixador da Rússia, Dimitri Polyansky, em videoconferência do Conselho aberta ao público.

“Hoje, queremos perguntar: Qual é o verdadeiro objetivo do desfile da Marinha americana no Caribe? Há mais mercenários ‘em terra’ na Venezuela? Quem é responsável pelos ataques à infraestrutura-chave venezuelana, incluindo as redes de energia?”

A embaixadora americana na ONU, Kelly Craft rejeitou uma aprovação conjunta do comunicado pelo Conselho. Segundo ela, a denúncia venezuelana apresentada em carta ao Conselho este mês é “uma compilação de acusações fantásticas e mentiras demonstráveis”, e são Rússia e Cuba que “enviam com regularidade oficiais militares e mercenários àquele país”.

O governo venezuelano prendeu quase 100 pessoas acusadas de participar da suposta operação, entre elas dois militares americanos reformados. Segundo a Venezuela, o objetivo da operação era derrubar o presidente socialista Nicolás Maduro e substituí-lo pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado por cerca de 60 países, liderados pelos Estados Unidos.

“Enfrentamos um ataque armado iminente, que, por seus efeitos genocidas, equivale a um crime contra a Humanidade”, acusou no Conselho o embaixador venezuelano, Samuel Moncada, afirmando que há mais mercenários no país.

Estados Unidos e Colômbia negam participação na suposta invasão.